Eletrificação do Marabaixo IV foi manobra do governo do Estado para tentar impedir despejo judicial

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O governador Camilo Capiberibe (PSB) inaugurou no início da noite desta quinta-feira, 12, a rede de eletrificação do Marabaixo IV, chamado também pelos moradores de Jardim América. Antes do ato de inauguração, Capiberibe revelou a SelesNafes.com que, além de levar energia e iluminação pública para o bairro (um dos mais novos e pobres da capital), a obra também é uma tentativa de garantir a permanência dos moradores. O terreno onde fica o bairro é reivindicado na Justiça pelo Banco da Amazônia.

A celeuma começou em 2008 quando uma grande área, atrás do Marabaixo III, começou a ser invadida por centenas de famílias. O empresário, dono da área, conseguiu vender as terras para o governo do Estado, quando o local não pertencia mais ele. O Banco da Amazônia já tinha tomado as terras que tinham sido oferecidas como garantia de empréstimo.

O banco ingressou com um pedido de reintegração de posse e em 2011 o governo iniciou as negociações, ao mesmo tempo em que processa o empresário que vendeu as terras. A eletrificação não garante 100% a permanência das famílias, mas praticamente inviabiliza o despejo de tantas pessoas em um bairro praticamente consolidado. Pelo menos é nisso que acredita o governo. “Tentamos uma negociação com o Basa que não aceitou a nossa proposta. Eletrificar logo foi a única forma que encontramos de impedir que essa reintegração aconteça”, pondera o governador.

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Iluminar e energizar o bairro resolve apenas um dos muitos problemas sociais que a região do Marabaixo enfrenta, entre eles a violência e a falta de água tratada. Toda a população, cerca de 40 mil moradores das etapas I, II e III do Marabaixo (Além do Jardim América), depende da água de poços artesianos. “Vamos trazer água pra cá na segunda etapa do PAC 2 que tem 140 milhões de reais de investimento”, anunciou Capiberibe.

Os moradores, que demoraram cinco anos para ver chegarem os primeiros investimentos públicos, lutam agora para ter coleta de lixo, asfalto e transporte público. “Algumas pessoas andam até seis quilômetros para pegar um ônibus”, revelou a presidente da Associação de Moradores, Dulce Barros.

Seles Nafes
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