A triste realidade da acessibilidade no transporte público

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Pergunte para qualquer macapaense se é simples apanhar um ônibus. Além dos notórios atrasos e desconforto, esse ritual diário para a maioria das pessoas é um sacrifício físico e psicológico quando o usuário é portador de necessidade física. Esse problema se agrava se você é cadeirante e precisa dos ônibus das empresas Capital Morena e União Macapá que, de acordo com a Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (Ctmac), são as empresas com o menor quantitativo de ônibus com acessibilidade.

FOTO SÔNIA SANDIM (1)

Normalmente os estudantes sofrem com os ônibus nos horários de pico, como exemplo na linha Zerão/São Camilo, especialmente no fim do dia. Já para os cadeirantes que usufruem das linhas que atendem o Amazonas, o bairro mais distante do centro da capital (fica na BR-210), as reclamações são outras. “Acho que hoje a acessibilidade está presente na maioria dos ônibus que atendem o bairro Amazonas, mais ainda falta a educação dos motoristas que se recusam a parar para os cadeirantes. Se não fosse o ônibus da associação (de cadeirantes), sofreríamos muito para nos deslocar para as nossas atividades”, relata Marcos Figueiredo, jogador de basquete e handebol adaptados para cadeirantes.

A Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (Ctmac) reconhece essas deficiências e diz que está intensificando as fiscalizações. “Desde o início de 2014 estamos fiscalizando os coletivos, baseado nas diretrizes da normativa que determina quais características técnicas que um veículo de transporte público deve conter para atender qualquer portador de necessidades especiais, como elevadores para cadeirantes, corrimão tátil e sinalizadores sonoros para deficientes visuais”, explicou o diretor de transporte da Ctmac, Michel Brás.

 Michel Brás

Michel Brás

A norma estabelece que deve haver acessibilidade de forma confortável e segura. A determinação está no edital de licitação do transporte coletivo. “Claro que nesse primeiro momento estamos fiscalizando só a questão de acessibilidade para cadeirantes, que foi a primeira adequação que as empresas tiveram que realizar. Mas estamos planejando a aplicabilidade de 100% da norma para as empresas que se inscreverem no novo processo licitatório para o transporte coletivo”, acrescenta Michel.

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De todos os 19 terminais de ônibus, os três maiores já foram vistoriados e os ônibus tiveram que se adequar. “Já passamos pelo terminal do Congós, Zerão e Renascer II e em todos tivemos casos de ônibus que não passaram nas fiscalizações e precisaram ser retirados de linha para as readequações, mas esses já voltaram com as mudanças necessárias”, assegura o diretor.

FOTO SÔNIA SANDIM

Atualmente Macapá conta com 19 terminais e 153 ônibus circulando, sendo 93 com acessibilidade.

Seles Nafes
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