“Apagão” da telefonia celular do AP só termina no fim de 2014

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Existem cerca de 950 mil linhas de telefone celular no Amapá para uma população de pouco mais de 700 mil, ou seja, são cerca de 140 linhas móveis para cada 100 habitantes. A quantidade é elevada para o número de antenas que atendem a capital, fato que tem provocado um verdadeiro “apagão” do serviço no Estado.

Esse desequilíbrio causa graves problemas de conexão. “Em um termo prático. Suponhamos que uma antena suporte até cem ligações simultâneas em seu raio de alcance, mas estão sendo feitas 120 ligações na localidade, ela não suporta e impede comunicação”, exemplifica o gerente da Anatel no Amapá, Edward Aires.

Gerente da Anatel, Edward Aires, explica porque temos tanta dificuldade em realizar ligações

Gerente da Anatel, Edward Aires, explica porque temos tanta dificuldade em realizar ligações

A solução se desenha no horizonte, mas caminha a passos lentos. Ainda não virou lei o projeto aprovado no ano passado pela Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara dos Deputados, que impede que as operadoras de telefonia celular que não possuírem rede compatível continuem vendendo e habilitando linhas. Pelo texto aprovado, a operadora também não poderá cobrar taxa sobre uma nova ligação quando a chamada anterior tiver sido interrompida por problemas no sistema.

Hoje, os dois aspectos previstos no projeto já são parcialmente cobertos por resoluções internas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), embora não tenham força de lei. A Anatel já pode suspender os serviços de venda das operadoras por 30 dias quando não apresentam os padrões de qualidade exigidos. Em relação à cobrança por nova ligação para o mesmo número, resolução da agência também já proíbe nova cobrança quando o intervalo das ligações for inferior a dois minutos.

A realidade no Amapá é a mesma em relação a outros estados do Brasil. Segundo a Anatel, a média de chips telefônicos por pessoa é de dois. “As empresas que oferecem o serviço se baseiam nesses dados que são do IBGE. Ou seja, estão se baseando no número de pessoas e não na quantidade de chips”, observa Aires.

Outro fator que faz aumentar o número de chips é o valor do produto, que custa normalmente R$ 5, e a falta de burocracia para adquiri-lo. Nos anos 90 apenas políticos, assessores e grandes empresários faziam uso da rede de comunicação no Brasil, era um grande espaço para poucos usuários. Hoje temos uma sociedade tecnológica onde crianças e idosos, que antes não usavam o aparelho, estão usando as novas tecnologias”, acrescentou.

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Os problemas se agravaram de tal maneira que a Anatel se reuniu com as principais empresas de distribuição de dados e telefonias do Brasil e montou um plano tri anual. Por enquanto nenhuma será impedida de vender linhas, mas elas terão até o fim deste ano para regularizar o sistema. “O plano resultou em um investimento de 31 bilhões nos equipamentos usados para as telecomunicações no Brasil, visando principalmente o boom que o Brasil poderá sofrer com a Copa do Mundo e com as Olimpíadas do Rio de Janeiro”.

Esse panorama vem apressando a implementação da internet 4G no Brasil, um sistema de transmissão de dados 10 vezes mais rápido que a 3G. No Amapá, alguns planos já oferecem o 4G na capital, mas para que ela comece a funcionar em sua plenitude será preciso fazer uso da comunicação por fibra ótica, que está chegando no estado em duas frentes, uma vinda da Guiana Francesa e ou pelo linhão de Tucuruí.

Seles Nafes
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