Bairro Santa Rita volta a sofrer com os alagamentos do período de chuva

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A primeira vista as áreas pareciam paisagens de uma localidade ribeirinha, mas eram ruas do bairro Santa Rita completamente alagadas na manhã desta quinta-feira. 9. Os moradores podem até não saber quando o problema será resolvido, mas com certeza sabem que promessas sobre melhorias surgirão perto da eleição.

Nildo Batista

Nildo Batista

Os moradores até que se mobilizam durante o período de estiagem para pedir que a prefeitura de Macapá realiza obras de prevenção dos alagamentos, o que consiste basicamente na limpeza de canais e colocação de manilhas para escoamento da água da chuva. “Vivo essa realidade há 35 anos. As bocas de lobo entopem com o lixo e a água chega ao joelho das pessoas que tem que sair de casa” contou o vigilante Nildo Batista, de 63 anos.

Pela manhã, Nildo teve que se aventurar por entre as águas para recolher uma grande quantidade de lixo que acumulou no local, só que mesmo com a retirada a situação não melhorou. “Eu acordo cedo, e quando me espantei a água já tava alta e pude observar essa quantidade de lixo. Tive que começar a catar o que conseguia”, descreveu.

Odair Farias (camisa azul), nem a reportagem conseguiu chegar ao mercatil

Odair Farias (camisa azul), nem a reportagem conseguiu chegar ao mercatil

Comerciantes também sofrem com o alagamento, além de manicures, batedeiras de açaí e pequenos estabelecimentos comerciais. Todos ficaram isolados na Rua Santa Catarina, em dois quarteirões. Uma realidade enfrentada há oito anos pelo proprietário de minibox Odair Farias, de 42 anos, que não havia feito nenhuma venda até as 10 horas da manhã. Todos os anos é a mesma coisa, ficamos ilhados por dias. As minhas vendas caem, pois as pessoas só se deslocam entre as águas se for realmente necessário”.

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E mesmo de carro é impossível chegar ao mini box de Odair porque a água entra nos veículos. “No período de verão são feitas várias promessas, mas nenhuma atitude é tomada. Quando chega janeiro as coisas pioram e ficamos sem vendas”, desabafou.

Jenifer Videira

Jenifer Videira

Quem precisa fazer compras no local tem colocar o pé na lama, literalmente. Jenifer Videira, de 18 anos, teve que usar essa técnica para comprar suprimentos para o almoço. “É necessário, né. Temos que fazer o almoço. O jeito é esse mesmo, colocar o pé na água e torcer para não encontrar nenhuma cobra no caminho”. Os moradores já sugeriram ao comerciante a construção de uma pequena ponte, mas Odair ficou com medo de ter problemas com a fiscalização da prefeitura. “Eles (os clientes) me falaram que seria uma espécie de protesto, mas fico receoso em mexer com as autoridades’, justificou.

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Quem não consegue chegar o local ou não quer se molhar, precisa caminhar mais três quarteirões até o próximo mercantil.

Seles Nafes
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