Prefeitura diz que vai construir centro de convenções em área desocupada na Fazendinha

Compartilhamentos

Na manhã desta quinta-feira, 6, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh), e a Polícia Militar cumpriram o mandato de reintegração de posse do chamado “Setor 14”, na Rodovia JK, em frente ao Parque de Exposição de Fazendinha. A área de 38 mil metros quadrados, que faz parte do Bairro Buritis, foi invadida em novembro de 2013 e pertence à prefeitura de Macapá.

Mulher se desespera ao ver a casa sendo demolida

Mulher se desespera ao ver a casa sendo demolida…

Os moradores da área já haviam sido notificados há 15 dias. A polícia esperava resistência, por isso chegou ao local com 80 policiais e mais 30 guardas municipais, além de funcionários da prefeitura. “Esperávamos resistência, mas não houve. O diálogo claro com os invasores permitiu uma reintegração tranquila”, afirmou o major Gerson Rocha.

Mulher carrega o que sobrou da casa demolida

….depois a mesma mulher carrega o que sobrou da casa demolida

A Senduh assegurou que as 166 famílias que já residiam no local e foram obrigadas a sair não serão esquecidas, pelo menos no caso das que realmente precisam de moradia. “Temos o levantamento de todos, e é claro que não vamos simplesmente despejá-los daqui. Para os que comprovarem que não possuem teto haverá a inclusão no programa de aluguel social e, posteriormente, em outros programas sociais”, garantiu a secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitacional, Marta Barriga. A prefeitura anunciou que tem na conta mais de R$ 2 milhões para construir um centro de convenções na área invadida.

Prefeitura diz que vai construir um centro de convenções na área desocupada, chamada de Setor 14

Prefeitura diz que vai construir um centro de convenções na área desocupada, chamada de Setor 14

A falta de moradia é um grave problema social no Amapá. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o déficit habitacional de Macapá é cerca de 30 mil moradias. A maioria dessas pessoas que não tem casa mora pagando aluguel ou vive na casa de parentes. Pessoas como José Bruno também participou da invasão. “Eu soube em novembro, mas só vim em dezembro. Construi essa casa pra minha família, agora vou ter que voltar para o aluguel”, lamentou o autônomo.

Trator da PMM destrói uma das 166 casas dos invasores, algumas eram apenas barracos de madeira que estavam fechados.

Trator da PMM destrói uma das 166 casas dos invasores, algumas eram apenas barracos de madeira que estavam fechados.

Na desocupação da área também estava seu Raimundo dos Santos. Ele conta que a filha teve que desmontar a casa na área e agora vai morar com ele. “Minha filha ganhou esse pedaço na semana da invasão, ela não tem para onde ir a não ser minha casa, cadê o direito de moradia garantido pela Constituição?”, questionou.

 

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!