Dinheiro, não. Nas farmácias, assaltantes querem smartphones

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Foi-se o tempo em que assaltantes entravam numa farmácia e iam direto ao caixa exigindo dinheiro. A iniciativa de vender eletrônicos caros, como smartphones e câmeras fotográficas, transformaram as farmácias em alvos preferenciais dos bandidos. Em duas das maiores redes da capital, os funcionários já perderam a conta de quantas vezes já foram “visitados” por assaltantes.

O caso mais grave ocorreu no início da semana, na Drogavip da Rua Leopoldo Machado, no bairro do Beirol. O assalto terminou com reféns e a prisão dos dois bandidos por uma casualidade. Um policial que passava em frente desconfiou de uma moto sozinha e ligada no estacionamento. O policial, um tenente da PM, chamou mais policiais que surpreenderam os assaltantes.

O caso da Drogaria Vip foi uma exceção à regra. Na maioria das vezes, os bandidos acabam fugindo e a mercadoria não é recuperada. Na terça-feira, 18, a farmácia Big Ben, também da Rua Leopoldo Machado, no bairro do Trem, foi arrombada quando a loja já estava fechada. Os ladrões fugiram com 63 smartphones. No dia seguinte, no bairro do Congós, quatro suspeitos foram presos com 13 aparelhos e uma câmera fotográfica. A polícia ainda investiga se pertencem à Big Ben.

A empresa, que chegou há menos de dois anos em Macapá vinda de Belém, possui 3 lojas na capital e já passou por vários assaltos. No caso da loja que fica na Leopoldo Machado, já foram registrados 3 assaltos, dois somente este ano. Os funcionários não foram autorizados pela direção da Big Ben a gravar entrevista sobre o crime. A empresa orientou o silêncio enquanto a polícia não termina as investigações.

Bandidos já entraram na mesma farmácia duas vezes este ano.

Bandidos já entraram na mesma farmácia duas vezes este ano.

Na Extrafarma a situação é ainda pior. Das 8 lojas que a rede possui em Macapá e Santana, só duas não foram assaltadas, a que fica dentro do Amapá Garden, e a outra que localizado na Leopoldo Machado com a Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd, no Centro. “Acho que porque aqui tem muita viatura passando sempre, e a loja é muito movimentada”, avalia o gerente Miguel Nestor.

Das 8 farmácias da empresa no Estado, 6 já foram assaltadas

Das 8 farmácias da empresa no Estado, 6 já foram assaltadas

Em todos os casos os bandidos se mostram interessados principalmente nos smartphones que são o primeiro produto à mostra na entrada das farmárcias. Na Extrafarma de Santana, bandidos levaram 30 aparelhos, mas todos acabaram sendo recuperados porque a polícia rastreou um dos aparelhos por meio de GPS.

Apesar da tecnologia ajudar a elucidar alguns casos, os funcionários das farmácias estão com cada vez mais medo de trabalhar, especialmente à noite. Não há nenhuma indicação de que os assaltos vão parar até porque as farmácias também não dão sinais de que pretendam parar de comercializar os smartphones. A rotatividade é alta e o lucro também. Um aparelho pode chegar a quase R$ 4 mil. “Se roubarem 60 celulares, amanhã a empresa manda mais 60. Para as empresas vale a pena pagar um seguro alto porque o lucro compensa”, explica um funcionário. Compensa, enquanto nenhuma vida é roubada.

 

Seles Nafes
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