Oficial que pode ficar cego é o 3º caso grave de agressão a PMs

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O tenente da Polícia Militar Arlindo Castro Lima, de 47 anos, vítima de agressão no último sábado, 22, em uma ocorrência no bairro Perpétuo Socorro, aguarda apenas o encaminhamento do oftalmologista do estado e a liberação do auxílio do comando da Polícia Militar para viajar em busca de um centro de referência que possa aumentar suas chances de recuperação. Há o risco de perda da visão do lado esquerdo. O policial não é o único ferido em atuação, mas é o caso mais grave registrado nos últimos tempos pela PM.

O oficial levou 50 pontos internos em sua córnea esquerda após passar por cirurgia. Ele só saberá em 15 dias se poderá enxergar após o ferimento. Segundo o tenente, o subcomandante da Polícia Militar, coronel Amiel, informou em reunião ocorrida na manhã desta segunda-feira, 24, que a PM e o governo providenciarão o melhor tratamento. “O corte foi profundo, após o ocorrido fui levado ao Hospital de Emergência, onde foi constatado que havia muitos pedaços de vidros em meus olhos. Foi aí que fui levado ao Hospital Geral para receber o atendimento oftalmológico”, contou o tenente, que também recebeu quatro pontos em um corte no rosto.

Arlindo e sua guarnição tentavam efetuar a apreensão de um menor acusado de roubo quando foram agredidos por parentes e colegas dos acusados. “Nós fomos informados sobre o reconhecimento de um assaltante na área do Perpétuo Socorro. Segundo a vítima, o assalto havia acontecido no meio da semana no Parque do Forte, e o assaltante, que já havia sido imobilizado pelo marido da vítima, estava levando-o até a casa da pessoa que havia recebido o material roubado”, relatou.

A vítima do assalto mulher de um policial militar que já havia imobilizado o assaltante e o estava conduzindo ao local onde estaria o material roubado. Quando a viatura chegou ao local, os assaltantes já estavam devolvendo os pertences, mas os ânimos estavam exaltados. Na casa estava acontecendo uma festa e as pessoas estavam consumindo álcool. “Quando a gente chegou ao local estava acontecendo um bate boca, que se agravou com a chegada da nossa viatura. Eu logo fui para o meio da confusão para evitar qualquer agressão, porém começou um empurra-empurra. Quando percebi só senti o golpe forte em meu olho, foi quando comecei a sentir muita dor e ver o sangue escorrer. Meus companheiros tiveram que agir com rigor para amenizar a situação até que os reforços chegassem, e mesmo assim um companheiro de serviço ainda foi atingido por uma cadeirada”, continuou Arlindo.

O oficial não lembra muito do que ocorreu depois da agressão. Ele foi submetido a exame de corpo de delito e prestou queixa contra o seu agressor que foi detido com mais seis pessoas, entre elas dois menores, uma mulher, o assaltante e o interceptador do material roubado.

Agressões

O caso do tenente Arlindo foi atípico, segundo a diretoria de comunicação da Polícia Militar. Nos últimos 12 meses, apenas outros dois casos parecidos foram registrados “As agressões aconteceram em junho de 2013, em meio aos manifestos contra o aumento da passagem em Macapá. Os soldados Nélio Silva e Liliane Oliveira foram apedrejados. O primeiro levou um corte no rosto, já a soldado foi atingida da testa e levou cinco pontos”, lembrou o tenente da diretoria de comunicação da PM, Emerson Real.

Arlindo acredita no aumento do desrespeito a policiais. “Tenho 24 anos de corporação e posso afirmar que ultimamente não há mais respeito com os policiais. No passado nos éramos tratados bem pela população, porém hoje com a disseminação do conhecimento de alguns direitos por entre a bandidagem, as pessoas estão mais agressivas. Antigamente os menores tinham muito receio em cometer algum crime. Agora que eles sabem que tem vários direitos que os protegem de uma punição mais drástica, eles estão mais ousados”, avaliou.

 

Seles Nafes
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