“Não quero mais voltar pra escola”, diz menina que teve cabelos cortados

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A Delegacia de Atos Infracionais (Deiai) abriu inquérito para investigar um possível ato de bullyng ocorrido dentro de uma das escolas particulares mais tradicionais do Amapá, o colégio Santa Bartolomea Capitanio, conhecido pelas boas participações no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pela clientela da classe média/alta. Uma menina de 12 anos diz ter sido aprisionada por colegas no banheiro da escola onde teve os cabelos cortados.

O caso ocorreu no turno da manhã da última sexta-feira, 09. A garota teria sido imobilizada por duas alunas que tinham uma tesoura. O caso foi considerado agressão no boletim de ocorrência e também foi parar na Polícia Técnica (Politec). “O B.O foi registrado agora. Esperamos uma resposta da direção que não se prontificou a ajudar na busca às agressoras, por achar que minha filha fez isso a si própria”, contou revoltada a mãe da garota, Carla Duarte.

Menina contou que foi trancada no banheiro por duas colegas

Menina contou que foi trancada no banheiro por duas colegas

No momento da agressão houve luta corporal. A vítima levou desvantagem por estar sozinha. “Eu estava olhando no espelho, arrumando o cabelo, quando uma delas saiu de um dos boxes do banheiro. Ela segurou pelo pescoço e me empurrou para dentro de outro boxe. Foi aí que outra entrou e cortou o meu cabelo enquanto eu era imobilizada,” lembrou a vítima.

Segundo ela, não houve como fazer a identificação das agressoras, pois a ação teria sido muito rápida. Depois dos cabelos cortados ela conseguiu se livrar das agressoras e se trancou em outro boxe do banheiro. “Elas ainda tentaram invadir, mas desistiram. Foi aí que mandei uma mensagem para uma colega de turma. Eu pedi socorro”.

Menina diz não ter visto o rosto das agressoras

Menina diz não ter visto o rosto das agressoras. Mãe acha que ela está com medo de revelar os nomes

A direção da escola entrou em contato com os pais da vítima. “A gente pensa que dentro das escolas os nossos filhos estão seguros, mas no fim das contas há muitas falhas de segurança. Uma escola particular, pela lógica, deveria ter uma maior segurança” acrescentou a mãe da menina.

A direção da escola avalia que o fato de não ter sido procurada pela a menina seria um indício de que ela própria teria cortado os cabelos. “A escola deixou praticamente isso claro após o relato de minha filha. Agora corremos para tentar transferi-la de turno pelo menos”, adiantou a mãe.

A menina foi submetida a um exame de corpo de delito que apontará se realmente houve agressão física. Enquanto os laudos não saem, o caso está sendo investigado pelo delegado Plínio Roriz, da Deiai.

 

Mudança de comportamento

A família acreditava que a retração nas relações sociais da menina de 12 anos fazia parte de uma fase da adolescência, agora os pais acreditam que o jeito da menina mudou por estar sofrendo bullying. “Ela sempre foi muito sociável, até pelo fato de viver sempre na presença de adultos, pois a família não tem muitas crianças, contudo isso mudou nos últimos meses, talvez isso seja um retrato de outras agressões”, avalia Carla. Ela acha que a filha está com medo e por isso não revelou os nomes das agressoras.

Seja qual for a decisão dos pais, a menor tem certeza de uma coisa. “Eu não quero voltar para a escola, pois as pessoas debocharam de mim e ficaram brincando com o que tinha acontecido”.

A direção da escola foi procurada pelo site SelesNafes.Com, mas não quis se pronunciar sobre caso.

 

Seles Nafes
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