Bloqueio de estrada de ferro revela intensidade da crise na Zamin

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Na manhã desta sexta-feira, 11, os moradores do bairro Jardim de Deus, município de Santana, atearam fogo em pneus e bloquearam a ferrovia usada pela mineradora Zamin para o escoamento de minério de ferro de Pedra Branca do Amapari até Santana. A Associação de Moradores do bairro tem um contrato com a empresa para realizar rondas na área do entorno da estrada de ferro e assim evitar invasões. Porém, desde novembro os pagamentos vêm ocorrendo com atrasos, situação que também atinge outros fornecedores e os próprios funcionários da mineradora indiana. Para piorar a situação, a empresa ainda não conseguiu receber o seguro pelo acidente que destruiu o porto da mineradora em Santana há mais de 1 ano.

O contrato é com a Associação de Moradores que reverte o dinheiro para os pagamentos dos vigilantes e em ações sociais dentro do bairro. “Desde dezembro vem acontecendo atrasos no pagamento. Nós somos uma entidade sem fins lucrativos e precisamos do pagamento em dia para mantermos os nossos compromissos”, reclamou o presidente da associação, Jair Santana.

Cartaz cobra pagamentos para empresas terceirizadas

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Essa foi a segunda manifestação dos moradores em dois meses. A queima de pneus causou transtornos ao trânsito de quem sai de Santana pela Rodovia Duca Serra e para o trem que faz o trajeto entre Santana e Serra do Navio. A empresa não respondeu às tentativas de contado da equipe do SelesNafes.Com.

 O contrato com a associação foi assinado quando a extração do minério ainda era feita pela empresa Anglo Ferrous, que vendeu os direitos de extração para a Zamin. A empresas assumiu todos os contratos desde dezembro de 2013. Devido ao acidente com o porto da empresa, a extração de minério foi interrompida e funcionários foram demitidos.

Funcionários estariam sem receber os salários há 2 meses

Funcionários estariam sem receber os salários há 2 meses

Crise

O novo bloqueio da estrada de ferro também revelou que a crise na Zamin continua acentuada. Não é só a Associação de Moradores do Jardim de Deus que tem dinheiro para receber da mineradora. Empresas que alugavam máquinas pesadas para a extração do minério em grandes profundidades recolheram os equipamentos por falta de pagamento.

Os funcionários da empresa não recebem os salários há dois meses. “Nem nosso plano de saúde eles estão pagando”, acrescenta um operário que trabalhava na lavra em Pedra Branca, e agora aguarda em casa o fim das férias coletivas.

Uma a fonte garante que a empresa ainda não conseguiu receber o seguro pelo acidente que matou 6 operários em abril do ano passado e que destruiu completamente o porto da empresa na transição da Anglo Ferrous para Zamin. A Itaú Seguros protela o pagamento de aproximadamente R$ 300 milhões alegando que o acidente foi causado por negligência da empresa. O caso pode parar na Justiça.

Seles Nafes
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