Boêmios do Laguinho: Escolinha prepara crianças para enfrentar a avenida

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Uma das mais tradicionais agremiações do carnaval amapaense, a Universidade Boêmios do Laguinho, também é uma das poucas que investe no futuro. Há seis anos foi criada a Escolinha de Mestre-Sala e Porta-Bandeira Mirim João Falconery Sena, que ensina para crianças e adolescentes da comunidade, os primeiros passos para quem quer aprender a arte de levar o pavilhão da agremiação com charme e dentro dos quesitos observados pelos jurados. Atualmente seis casais mirins desfilam representando Boêmios do Laguinho na avenida do samba.

A escolinha foi criada em 2009 dentro da visão de que os futuros sambistas da Universidade deveriam ser formados ainda na infância para preservar o amor e garantir a tradição carnavalesca do Laguinho. “As crianças amam a escola e se espelham nos mais velhos. É comum eles nos imitarem, então resolvemos unir o útil à paixão pelo carnaval e formamos a primeira turma”, conta Alessandra Azevedo, 1ª Porta-Bandeira da Boêmios e coordenadora da Escolinha. Para incentivar os mais jovens, a Universidade mantém ainda a Escolinha de Passistas.

Casais de mestre-sala e porta-bandeira estão sendo formados dentro da Universidade

Casais de mestre-sala e porta-bandeira estão sendo formados dentro da Universidade

A escolinha recebeu o nome de João Falconery de Sena em homenagem ao primeiro mestre-sala da escola e ainda hoje considerado um dos melhores passistas do carnaval amapaense. Falconery é da primeira geração de boêmios e, junto com Francisco Lino, Mestre Bené, Mestre Biluca, entre outros chamados de imortais na Universidade Boêmios do Laguinho, foram precursores do carnaval amapaense, há mais de 60 anos. “Foi uma homenagem justa, Falconery ajudou a construir a Nação Negra com dedicação e ainda emprestou seu talento para engrandecer a Universidade”, disse a presidente, Daiana Ronieli.

Com raízes coloniais, quando os portugueses trouxeram o carnaval para o Brasil, o casal de mestre-sala e porta-bandeira desfila com trajes que remontam à nobreza da época dos entrudos (nome dado antigamente ao carnaval). As notas são conforme a apresentação do casal, com passos obrigatórios mas elegância particular. A harmonia e cortejo também são avaliados, além do bailado com a bandeira da agremiação.

Seles Nafes
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