Volta ao crime: Sequestrador e ex-paraquedista do Exército é preso por tráfico

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Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) receberam uma denúncia pelo Whatsapp sobre um traficante que estaria no estacionamento do Estádio Zerão com 1 quilo de crack. A dica estava certa. O que os policiais não sabiam é que o acusado foi protagonista do primeiro caso de sequestro com pedido de resgate no Amapá. O caso, ocorrido há quase 8 anos, ficou conhecido nacionalmente porque os criminosos eram três sargentos do Exército Brasileiro.

Gérson Pereira da Costa estava dentro de um carro no estacionamento, provavelmente esperando um comprador. Ele não reagiu. Os policiais encontraram a droga e levaram o suspeito preso em flagrante para o Ciosp do Pacoval.

Foto mais recente do ex-sargento. Depois de preso precisou de atendimento médico

Foto mais recente do ex-sargento. Depois de preso precisou de atendimento médico

 

Em 2007, Gérson, então com 39 anos, tinha uma carreira promissora no Exército. Era paraquedista e primeiro-sargento de Infantaria do Exército havia 20 anos, e há dois anos estava servindo em Macapá transferido do Rio de Janeiro.  

Ele foi condenado e expulso das Forças Armadas depois que a polícia e o Ministério Público concluíram que ele comandou o bando formado por outros dois sargentos do Amapá no sequestro da enfermeira Adriana Cinara. O cativeiro ficava na Vila Militar do Exército, no Bairro Alvorada, em Macapá. A casa era ocupada pelo próprio sargento Gérson.

Adriana, que era enfermeira em Porto Grande, foi sequestrada depois de parar o carro na estrada para ajudar uma mulher que supostamente precisava de ajuda. Era uma cilada.

Trancada num dos quartos da casa da Vila Militar e sob a vigilância da esposa de Gérson, a enfermeira ficou desaparecida por três dias, enquanto o sargento, que era “amigo” da família, “ajudava” parentes da vítima na negociação do resgate de R$ 300 mil.

O grande interesse dele pelo caso começou a levantar suspeitas, especialmente depois que o preço do resgate baixou para R$ 90 mil, exatamente o valor que a família tinha em casa e que só pessoas mais íntimas sabiam. Quando o resgate foi pago, Gérson acabou sendo preso numa armadilhada montada pela polícia. A enfermeira foi libertada no Bairro Marabaixo.

Carregamento de crack apreendido no carro de Gérson

Carregamento de crack apreendido no carro de Gérson. Foto: Jair Zemberg

 

Gérson, hoje com 47 anos, foi condenado a 15 anos pelo sequestro Ele ficou preso durante algum tempo no quartel do Exército, até ser transferido para o Iapen onde cumpriu parte da pena. Ele estava em semiliberdade. Nesta quinta-feira, Gérson foi levado para o Ciosp do Pacoval, onde se sentiu mal e precisou de atendimento médico.

O segundo caso de sequestro com pedido de resgate no Amapá ocorreu em novembro passado. A vítima era filha de um empresário do ramo de peças automotivas. Neste caso, a adolescente ficou presa em um cativeiro no Bairro Marabaixo I, mas foi libertada depois que a polícia rastreou o celular de um dos bandidos. 

Seles Nafes
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