Assembleia Legislativa: Criminalidade nas escolas domina audiência sobre violência

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“Eu mesmo já fui assaltado várias vezes. Temo não apenas pelos meus pertences, mas pela minha vida”. O relato é do presidente da Associação dos Moradores do Parque dos Buritis, Zona Norte da capital, Paulo Ronaldo, vítima da violência em Macapá, tema debatido em audiência pública na manhã desta quinta-feira, 23, na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap). A ideia era discutir a violência de forma geral, mas os recentes casos dentro de escolas dominaram as discussões.

Edinaldo Guedes, do Cidade Nova: abandonados

Edinaldo Guedes, do Cidade Nova: abandonados

Com uma média de sete assaltos por dia, o Bairro dos Congós, localizado na Zona Sul de Macapá, é a região com o maior índice de violência na cidade. A estatística é da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) que também inclui entre os mais violentos o Novo Horizonte, Brasil Novo, Buritizal e Santa Inês.

A audiência propôs discutir e efetivar medidas que combatam a violência dentro e fora da escola. Policiamento Escolar, projetos sociais e atividades entre a comunidade e a PM foram as alternativas apontadas.

 “É muito comuns ouvirmos relatos de pessoas assaltadas e roubadas no bairro. Queremos a volta da PM, assim como a reativação das praças e arenas. A comunidade precisa ser inserida nesses espaços que estão abandonados pelo poder público”, comentou o presidente da Associação de Moradores do Cidade Nova, Edinaldo Guedes.

Diretora Ãngela Maria Pantoja: alunos flagrados com entorpecentes e armas

Diretora Ãngela Maria Pantoja: alunos flagrados com entorpecentes e armas

A realidade dentro das escolas é assustadora. Segundo a direção da escola Cecília Pinto, localizada na Zona Sul de Macapá, é comum os alunos serem flagrados com armas brancas e entorpecentes. Em 2012, cerca de 200 alunos, do total de 1,1 mil, foram encaminhados para a coordenação da escola por consumir ou vender drogas.

“Nós criamos o projeto Conviver para tentar dialogar com a comunidade escolar sobre esses conflitos. Tem dado muito certo. Tanto que no ano passado, apenas 20 alunos foram flagrados com entorpecentes ou armas”, destacou a diretora da escola, Ângela Maria Pantoja.

Para a Sejusp, outra alternativa para inibir os crimes é o policiamento escolar. “É fundamental esse diálogo. Precisamos destacar os pontos para então resolver a demanda. A PM não medirá contingente para atender a demanda da população, principalmente em escolas”, argumentou o titular da Sejusp, Gastão Calandrine.

A audiência proposta pelo deputado Ericláudio Alencar (PRB), que é delegado de polícia, reuniu representantes do poder público, agentes da segurança pública e da sociedade civil organizada. A Assembleia vai encaminhar ao governo um relatório com as propostas discutidas durante a audiência.

Seles Nafes
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