Terminou por volta das 18h20min a operação do Bope que negociava a liberdade de reféns em uma clínica do Bairro Santa Rita. Todos foram libertados, mas tiveram que servir de escudo no momento em que os assaltantes deixavam o prédio para se entregar à polícia.
O assalto começou por volta das 16h50, na clinica “Cuide-se”, situada na Avenida Almirante Barroso, atrás do Hospital São Camilo. Os três homens estavam armados e no momento da invasão só havia mulheres dentro da clínica, com exceção de um médico ginecologista que trancou no consultório.
No total, 12 pessoas, entre médicos, funcionários e pacientes estavam no interior do prédio. Quatro estavam escondidos em salas e não foram percebidos pelos bandidos. Uma pessoa viu quando eles entraram e avisou a polícia. Logo uma viatura do 6º Batalhão da PM chegou e foi recebida a tiros.
A guarnição recuou e cercou o prédio. Nenhum policial foi ferido. Foi nesse momento que um dos bandidos, identificado apenas como “Alanzinho”, conseguiu fugir. “Ele pulou o muro. Ainda verificamos nos quintais, mas não encontramos”, relatou o coronel Luiz Mendonça, subcomandante do Bope.
Vários parentes dos bandidos foram chamados para ajudar nas negociações. Um mototaxista era tio do menor envolvido. Uma dona de casa, não identificada, era a mãe do outro assaltante. “Eu pensava que ele ainda estava no Iapen. Só descobri que estava solto quando o Bope me ligou e pediu pra eu vir aqui”, disse ela ainda chorando, antes de ser retirada pelos policiais.
Quando a imprensa se posicionou mais próximo do prédio, uma das exigências dos bandidos, eles foram saindo protegidos pelos reféns e com coletes à prova de bala. Ele se deitaram no chão e foram presos. Os nomes ainda não foram revelados. Os dois foram levados para o Ciosp do Pacoval.
Sete reféns foram usados como escudos. Antes disso, uma senhora tinha passado mal e os bandidos concordaram em libertá-la. Ela foi socorrida por uma ambulância do Samu.
A médica dermatologista Ana Paula Rodrigues era uma das reféns. Ela disse que percebeu quando os bandidos entraram e foram ordenando que todos fossem para uma sala onde ficaram trancados. “Ainda tentei esconder meu celular, mas ele viram”, disse ela.
Reportagem e imagens: Anderson Calandrini