Pelo segundo fim de semana consecutivo, moradores de Santana foram para as ruas protestar contra as condições do município. No último sábado, 9, foi vez de famílias do Bairro Nova União, um dos que menos recebeu investimentos em urbanização nos últimos anos. Os moradores, organizados por movimentos populares, tiveram a companhia de artistas de vários segmentos.
O protesto se concentrou próximo da associação de moradores do bairro. Por volta das 17 horas, um pequeno grupo de moradores e artistas começou a caminhar ao som de marchinhas de carnaval e passou a receber a adesão de dezenas de pessoas. Em pouco tempo o grupo ficou grande. Muitos estava vestidos de palhaços.
“Aqui na frente da minha malharia todo ano é isso. É intrafegável. A última vez que a gente viu a prefeitura aqui foi na política, há mais de 2 anos”, queixou-se a comerciante Tereza Calandrini.
Apesar da indignação, o protesto teve bom humor e foi animado pela banda e seus palhaços. “A classe e o Conselho de Cultura tentaram falar das necessidades da arte, mas o prefeito (Robson Rocha) está ignorando a lei que ele próprio assinou”, desabafa Silvio Guedes, do Coletivo de Artistas, referindo-se à lei de incentivo à cultura.
O primeiro protesto contra o abandono de Santana foi realizado no último fim de semana e teve cerca de 500 pessoas. A movimentos populares não tem a participação de partidos políticos.
“Total descaso da gestão do nosso prefeito. Ele é o nosso gestor maior, e deveria ter o mínimo de respeito por quem votou e quem não votou nele. Até os nossos vereadores estão omissos. Queremos pelo menos o direito de ir e vir. Não vamos parar”, adiantou Mário Farias, do movimento “Acorda Santana!”
Um novo protesto foi marcado para o dia 30 de maio.