Latrocínio: Modelo não usou drogas na noite do crime, afirma polícia

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O resultado negativo do exame toxicológico e a descoberta de mais objetos furtados fizeram a Polícia Civil de Macapá mudar o rumo das investigações sobre o assassinato do carnavalesco e funcionário público Francisco das Chagas Pereira Ferreira, de 49 anos. De crime passional, agora a polícia acredita que a verdadeira motivação do assassino confesso, o modelo Sérgio Luiz, foi a intenção de roubar a vítima.

O modelo, eleito Mister Amapá em um concurso este ano, já está na penitenciária do Estado. A versão dele de que perdeu o controle num surto de violência pelo uso de drogas caiu depois que o exame feito na Polícia Técnica deu negativo para o uso de entorpecentes. 

Na versãoo da defesa, o modelo teria tentador forjar um cenário de assalto na casa da vítima. Foto: Reprodução Facebook

Na versão da defesa, o modelo teria tentado forjar um cenário de assalto na casa da vítima. Foto: Reprodução Facebook

No dia da prisão, na última segunda-feira, 1º, a polícia encontrou na casa dele um televisor que pertencia ao carnavalesco. Contudo, Sérgio Luiz disse em depoimento que o aparelho tinha sido um presente dado pela vítima com quem tinha um relacionamento amoroso havia pelo menos 4 meses.

Nos últimos dias, no entanto, a polícia descobriu que outros objetos sumiram da casa de Chagas, entre eles um monitor de TV, uma bolsa de viagem, um relógio, uma joia, um notebook, uma caixa amplificada, um secador de cabelo e três cintos. Todos os objetos foram encontrados na casa do modelo e reconhecidos por amigos e parentes do carnavalesco.

Modelo disse que a TV foi um presente da vítima

Modelo disse que a TV foi um presente da vítima

“Sobre a TV ter sido um presente a gente até achou que era convincente essa versão, mas se ele não usou drogas como afirmou e subtraiu outros objetos da casa, o crime não é mais passional. Foi um latrocínio”, concluiu o delegado Ronaldo Coelho, da Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (Decipe), responsável pelo caso.

Sérgio Luiz foi preso na segunda-feira depois de confessar o assassinato. A polícia chegou a ele por meio de uma testemunha que o viu na companhia do carnavalesco da Maracatu da Favela. Francisco das Chagas foi sepultado na terça-feira, 2, no Ceará.

“Ele não é bandido”

O modelo está sendo defendido por dois advogados contratados pela família dele, os criminalistas Ronaldo Serra e Wagner Gomes. Em entrevista a SelesNafes.Com, Serra lembrou que inicialmente o caso foi considerado um homicídio por questões emocionais. Ele reforçou o argumento de que seu cliente estava drogado no momento do crime.

Delegado Ronaldo Coelho: indícios apontam agora para latrocínio

Delegado Ronaldo Coelho: indícios apontam agora para latrocínio

“Não dá para confiar nesse exame feito pela Polícia Técnica na noite de segunda-feira, muitas horas depois do crime. Meu cliente reafirma que tinha cheirado muito pó”.

Sobre os objetos furtados, o advogado diz que o sumiço deles foi uma tentativa de seu cliente forjar um assalto na casa do carnavalesco.

“Ele (Sérgio Luis) não é bandido. Os próprios delegados viram isso. Vamos aguardar a denúncia que a polícia vai encaminhar ao Ministério Público”, concluiu Serra.

A Polícia Civil deve encerrar o inquérito dentro de 10 dias.

Seles Nafes
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