Foi aberta neste fim de semana a exposição Expressão de Tons, que é uma homenagem a artista plástico R. Peixe, que faria 84 anos este mês. Fazem parte da mostra 40 obras inéditas do artista que retratam as paisagens e costumes da Amazônia e do Nordeste. As obras são do acervo pessoal da família.
No total a exposição tem 118 peças, entre quadros e esculturas que nunca tinham vindo ao Amapá, e estavam guardados na casa onde o artista viveu os últimos anos de sua vida no Rio Grande do Norte. A curiosidade é que as peças só chegaram a Macapá no ano passado, 10 anos depois da morte do artista, que gostava de retratar o cotidiano do povo da Amazônia.
“O público terá acesso a obras nunca divulgadas e que ficaram guardadas durante dez anos. Meu pai dedicou toda a sua vida às artes plásticas e levou o nome do Amapá para várias partes do mundo. Sendo assim, é imprescindível que suas obras não sejam esquecidas e possam ser apreciadas por toda a população amapaense”, explicou o filho do artista, Beto Peixe.
A exposição foi montada no Monumento Marco Zero, e entre as novidades está um quadro em branco, em que consta apenas a assinatura de R.Peixe, que será pintados por vários artistas.
“Achamos muitas telas inacabadas. Algumas em branco, somente assinadas por R. Peixe. Sabemos da importância destas telas e decidimos colocar à disposição dos artistas para que cada um dê sua parcela de contribuição para compor o quadro. Meu pai ajudou a formar e influenciou muitos artistas. Então, todos os seus seguidores estão convidados a participar”, finalizou Beto.
Vida e obra
Nascido em São Caetano de Odivelas, Pará, em 10 de julho de 1931, R. Peixe é conhecido, principalmente, pela sua vocação às artes plásticas, que retratam os pontos turísticos do Amapá. Entretanto, dedicou sua vida a outras três vertentes: futebol, carnaval e o mundo empresarial.
O artista paraense chegou ao Amapá em 1953, já casado com Maria de Nazaré de Souza Almeida, com quem teve seis filhos: Irezenilda, Sidney, Irenilda, Reginaldo, Heliberto e Idezenilda. Dois deles herdaram o sangue artístico do pai: Beto Peixe (Heliberto) e Irê Peixe (Irenilda).
Procurando aprimorar-se, entrou para a Escola Nacional de Belas Artes em 1963, mas cursou até o 4º ano. Realizou sua primeira exposição individual em 1964, na sede do Esporte Clube Macapá.
A arte impressionista do caboclo R. Peixe impressionou até mesmo o presidente da República, na época Emílio Médici, que recebeu o artista em audiência, em 1973, agraciando-o com uma bolsa que lhe propiciou concluir os estudos na Escola Nacional de Belas Artes. Naquele mesmo ano, R. Peixe fundou a Escola Cândido Portinari, tornando-se professor de 1973 a 1981.
Na década de 1990 o artista mudou para a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, e logo começou a trabalhar intensamente para divulgar os costumes e as tradições do Pará, Amapá e Rio Grande do Norte, em telas e esculturas que retratam a vida dos estados por onde passou.