Sequelas: “Chorei muitas vezes”, diz autônoma que perdeu 62 quilos

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“Você tem que ter foco e saber aonde quer chegar”. Foi com essa determinação que a autônoma Caroline Ataíde de Lima, de 35 anos, (a esquerda na foto de capa) obesa mórbida, se tornou um exemplo de superação e perseverança. Ela chegou a pesar 151 quilos. Hoje, com 89 quilos, conta que a cirurgia bariátrica foi sua última opção, mas deixou muitas sequelas. Algumas ela vai carregar para o resto da vida.

Caroline faz parte do percentual de 21,4% da população de Macapá que está acima do peso. Segundo dados do Ministério da Saúde, referentes a 2012, Macapá é a capital com mais obesos do Brasil, seguida por Porto Alegre, com 19,6%; Natal, com 18,5%; Fortaleza, com 18,4%; e Campo Grande, com 18,1%.

A autônoma começou a engordar aos 6 anos, depois que a mãe morreu. Ela comia de tudo. Quando morou sozinha em São Paulo, para estudar, o lanche era sempre fora de hora e com muita fritura. Aos 20 anos, ela já pesava 100 quilos.

Hoje com 89 quilos, Caroline veste 44 e quer chegar a 75 quilos

Hoje com 89 quilos, Caroline veste 44 e quer chegar a 75 quilos

Caroline tentou de tudo para emagrecer. Fez dieta, colocou balão intragástrico, mas nada adiantou. Aos 33 anos, vestindo roupas número 56, apareceram as doenças associadas à gordura, como pressão alta, diabetes, dores musculares, além de indisposição física. Com a vida em risco, a orientação médica foi a cirurgia bariátrica, conhecida como redução de estômago.

“Eu não desejo a cirurgia pra ninguém. A dieta é muito rigorosa e a cirurgia é agressiva. Todos passam a ter alguma limitação, sem contar que a pele fica flácida com a perda de peso. Mas eu não tive opção. Chorei muitas vezes por não poder comer o que eu queria, ou porque meu estômago não aguentava mais nada. Mas eu sempre tive a consciência de que era para minha saúde”, frisou.

Segundo a autônoma, os benefícios de estar mais magra não são apenas estéticos e de saúde. Mas, principalmente, poder encontrar roupas na maioria das lojas, conseguir sentar numa poltrona de avião, passar na catraca do ônibus, andar e fazer exercícios, sair para passear e não ter olhares de julgamento. Mas existem as restrições.

“Fiz a cirurgia há três anos. Depois disso nunca mais pude ingerir comidas secas. Não como carne, e ainda tomo vitaminas para queda de cabelo e fortalecimento das unhas. Tenho muitos gases e refluxo. Quando operei, eu sabia que poderia ter problemas, mas nunca imaginei que teria privações para vida toda”, destacou Caroline, que hoje veste número 44.

Há três meses Caroline fez a primeira cirurgia para retirada de pele do abdomem, foram seis quilos de pele. Ainda falta o mesmo procedimento para os braços, costa e pernas. Mas cada procedimento cirúrgico deve ser realizado seis meses após o outro.

“Eu não desejo isso pra ninguém. Minha meta é chegar a 75 quilos, mas eu sei que a cada procedimento posso ter mais sequelas. Por outro lado, sei que estou mais saudável. Tenho apoio da minha família  e é isso que importa”, concluiu.

Seles Nafes
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