Sem reajuste e sem concursos

Em reunião com sindicalistas governo informou que renegociação da dívida pública implica em congelamento dos salários
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SELES NAFES

A reunião entre representantes dos 32 sindicatos de servidores e o governo do Estado para discutir a data-base do funcionalismo para 2016 acabou virando um debate tenso com propostas para evitar o parcelamento dos salários, medida anunciada já para o pagamento de março.

Sindicalistas começaram a esvaziar a reunião depois que o secretário de Planejamento do Estado, Antônio Teles Júnior, falou em congelamento de salários por pelo menos 2 anos para atender uma das exigências do programa de renegociação de dívidas dos estados com a União.

Depois da reunião servidores seguiram em passeata até o centro onde realizaram um ato público. Fotos: André Silva

Depois da reunião servidores seguiram em passeata até o centro onde realizaram um ato público. Fotos: André Silva

Teles disse que nesse momento o governo não conseguirá nem conceder reajuste linear.

“Não dá nem para fazer uma avaliação porque não houve proposta do governo”, criticou o presidente do Sindicato dos Servidores em Educação do Estado do Amapá (Sinsepeap), Aroldo Rabelo.

A reunião foi tensa desde início. Sindicalistas já chegaram ao auditório da Seplan descontentes em função do anúncio de parcelamento dos salários feito no durante o feriado.

Ismael Cardoso, presidente do Sindsaúde: dois anos de prejuízos

Ismael Cardoso, presidente do Sindsaúde: dois anos de prejuízos

“Nos foi informado que o governo pretende aderir ao programa de renegociação de dívidas do governo federal que faz algumas exigências. Entre elas que o estado não realize concurso por dois anos e que o salário fique congelado por dois anos. Vai restar ao servidor amargar mais dois anos de prejuízo”,  comentou o presidente do Sindsaúde, entidade que reúne mais de 8 mil profissionais sendo dois mil sindicalizados.

O governo anunciou o parlamento e a adesão ao programação de renegociação da União depois que o Estado apresentou uma queda de R$ 127 milhões em receitas nos dois primeiros meses do ano. 

“Não há como não assinarmos essa adesão já que os valores da dívida pública são consideráveis e precisamos ter um alívio de caixa. Só em 2016 temos uma previsão de pagar R$ 264 milhões. Ao negociarmos esse valor cairá bastante. É natural que os sindicatos reajam dessa maneira por causa do parcelamento. O que os sindicatos propuserem vamos acatar e na medida do possível durante o ano estudaremos a possibilidade de o estado conceder algum benefício”, disse o secretário após a reunião.

Alguns sindicalistas falam em greve geral nas redes sociais, mas ainda é cedo para afirmar que isso ocorrerá, afinal os 32 sindicatos precisarão tomar juntos a mesma decisão.

O fato é que nesta terça-feira, 29, haverá uma assembleia extraordinária do Sinsepeap, com um possível indicativo de greve, e na quinta-feira, 31, será a vez do Sindicato dos Profissionais de Saúde.

A assembleia do Sindsaúde está marcada para às 15h no auditório do Colégio Graziela Reis de Souza.

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