Transferência da EFA custou R$ 11 milhões em propina a parlamentares, diz PF

Investigações afirmam que dinheiro foi depositado na conta de um assessor parlamentar
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ANDRÉ SILVA

O Ministério Público do Estado e a Polícia Federal deflagraram na manhã desta quarta-feira, 2, a Operação “Caminho do Ferro”, que investiga o suposto pagamento de R$ 11 milhões pela mineradora Zamin a representantes da Assembleia legislativa do Amapá (Alap). Em troca, os deputados teriam aprovado a transferência da concessão da Estrada de Ferro do Amapá para a mineradora de origem indiana.

O Ministério Publico iniciou a investigação no ano passado e conseguiu identificar um depósito milionário feito na conta de um assessor parlamentar ligado a Assembleia legislativa. O depósito teria sido efetuado  por uma empresa de energia com sede no Rio de Janeiro no fim de 2013.

Delegadoda PF João Cantuário e promotores do MP. Fotos: André Silva

Delegado da PF João Cantuário e promotores do MP. Fotos: André Silva

A PF cumpriu apenas um dos três mandados de prisão temporária e oito mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) nas casas do ex-presidente da Junta Comercial do Estado, Jean Alex Nunes, e do deputado estadual Júnior Favacho, ex-presidente da Assembleia Legislativa.

Segundo o promotor Afonso Guimarães, a transferência para a Zamin dependia de autorização da ALAP. Parlamentares podem ter sido beneficiados pelo esquema.

Promotor Afonso Guimarães: anuência de R$ 111 milhões

Promotor Afonso Guimarães: anuência de R$ 11 milhões

“Esse ato de anuência foi a causa dessa propina. As investigações apontam que houve o pagamento desse suborno para que a empresa pudesse obter essa autorização”, explicou o promotor.

Quarenta policiais participaram da operação nas cidades de Santana e Macapá, e na capital do Rio de Janeiro. Os investigados poderão responder aos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Documentos sendo recolhidos na casa do ex-presidente da Jucap

Documentos sendo recolhidos na casa do ex-presidente da Jucap

A Zamin não está operando no Amapá há cerca de 3 anos, depois que o porto da empresa desabou no município de Santana matando quatro operários.

À época, tanto o porto quanto a estrada de ferro ainda estavam sob domínio de outra mineradora, a Anglo Ferrous, de origem britânica.

 

Seles Nafes
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