Encontro debate melhorias para os Conselhos Tutelares do Amapá

Evento tem como objetivo ouvir as demandas e principais dificuldades enfrentadas pelos conselheiros tutelares
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CÁSSIA LIMA

Falta de infraestrutura e sensibilidade do poder público pautaram o I Encontro Estadual de Conselheiros Tutelares do Amapá, ocorrido no auditório da Federaçāo do Comércio do Estado na manhã deste sábado, 30. O evento tem como objetivo ouvir as demandas e principais dificuldades dos profissionais, além de encaminhar soluções práticas para a melhoria no atendimento de crianças e adolescentes.

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Presidente da Associaçāo de Conselheiros Tutelares do AP: demanda cresce em meio a precariedade da estrutura dos Conselhos

Segundo o presidente da Associação de Conselheiros Tutelares do Estado do Amapá, Luiz Xavier, os gestores enfrentam várias dificuldades para uma demanda que só cresce.

“Temos uma grande demanda no inicio do ano, por exemplo, de solicitaçāo de vagas nas escolas públicas de Macapá. Muitas vezes, os pais nos procuram sem ter ido na escola, querem mesmo uma autoridade que interceda. É um direito das crianças, mas acaba nos limitando para serviços maiores”, destacou o presidente.

Nesta manhã, mais de 40 conselheiros tutelares participaram do evento. Eles pontuaram diversas prioridades, dentre elas, compra de material de expediente, combustível, falta de automóveis e sensibilidade das prefeituras em promover ações práticas contra a violência de crianças e adolescentes.

“Não temos sede própria e isso já dificulta o atendimento a população. No município, temos um alto índice de fuga familiar. Mas o que mais incomoda é a falta de visão e políticas públicas voltadas ao planejamento e acolhimento familiar. Os gestores não investem nessa assistência básica”, reclamou Wendel Barbosa, conselheiro tutelar do município de Oiapoque.

Nelci de Souza

Nelci de Sousa Brito, conselheira de Pedra Branca

Um dos municípios com altos índices é o de Pedra Branca do Amapari. O município registrou, de janeiro à abril deste ano, 88 casos de violência contra a criança e o adolescente. A dificuldade é a reinserção desses jovens na sociedade.

“Nossa demanda maior diz respeito aos casos de jovens envolvidos com drogas e prostituição infantil, principalmente as meninas. O que nos preocupa é que muitas vezes o atendimento do município está longe do mínimo ideal”, frisou Nelci de Sousa Brito, conselheira de Pedra Branca.

Para o senador Davi Alcolumbre (DEM), o encontro ajuda na resolução de ações políticas e aprimora a aplicação da legislação vigente em proteção às famílias.

“Vou ouvir os conselheiros e as suas carências, preocupações e anseios, assim, juntos vamos definir as prioridades. Mas quero colocar meu mandato de senador, para conseguir recursos para esses conselheiros e infraestrutura para seu ambiente de trabalho”, disse Davi, que já divulgou alocar R$ 1 milhão em emendas para a estruturação dos Conselhos Tutelares em 2017.

No encontro estavam presentes senadores, prefeito de Macapá e Associação de Conselheiros Tutelares do Estado do Amapá. A expectativa é tornar o encontro anual.

Seles Nafes
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