‘Marca Fria’ investiga clonagem de 20 carros no Amapá

Crimes aconteceram em 2014. Detran Amapá garante que envolvidos foram exonerados ainda em 2014
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CÁSSIA LIMA

Pelo menos 20 carros do Amapá tiveram o chassi clonado em 2014 por uma quadrilha que adulterava veículos pelo Brasil. O esquema foi descoberto após a Polícia Federal (PF) investigar como veículos licitados pelo Ministério da Justiça tinham a mesma placa em diferentes estados da Federação. A operação chamada de Marca Fria expediu mandados de busca e condução coercitiva no Estado.

De acordo com o Departamento de Trânsito do Amapá (Detran), os 20 veículos faziam parte de um lote de 120 carros comprados em 2014 numa concessionária de Brasília (DF), pelos ministérios da Integração Nacional e da Justiça. Os carros no modelo pick-ups deveriam ser usados para educação indígena e segurança pública.

Diretor do Detran-AP ". Foto: Valdeí Balieiro

Diretor do Detran-AP, Inácio Maciel: “pessoas envolvidas na fraude já foram exoneradas no Detran ainda em 2014”. Foto: Valdeí Balieiro

Depois da compra, os veículos foram distribuídos em diferentes estados, como Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo. Mas ao serem registrados em seus respectivos Detran’s, descobriu-se que o número do chassi já estava cadastrado na base de dados de outros Estados, como o Amapá.

“Soubemos da adulteração em 2015 quando fomos notificados pela Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul, que questionou porque três veículos licitados pelo Ministério da Justiça tinham o chassi no Amapá. Descobrimos que as pick-ups nunca vieram ao Amapá, mas os chassis estavam sendo utilizado por outros veículos”, explicou o diretor do Detran no Estado, Inácio Maciel.

Na época, todos os dados de compra, titulação e retirada dos veículos foram informados à PF, Procuradoria do Estado e ao Ministério Público Federal, que abriram investigação em vários outros estados que também tinham chassi clonado.

Por meio da investigação, a PF descobriu que uma quadrilha bem organizada trabalhava em vários Departamentos de Trânsito pelo Brasil. A suspeita é que os criminosos conseguiram informações da compra, os números dos chassis e articularam a clonagem.

“Na nossa base de dados, encontramos o nome do servidor e os processos dos veículos, que já foram suspensos. Informamos tudo para PF. Podemos adiantar que essas pessoas que fizeram a regularização dos chassis foram exoneradas do Detran ainda em 2014, por ser final de gestão”, destacou o diretor.

Na manhã desta sexta-feira, 17, a Polícia Federal deflagrou a operação “Marca Fria” cumprido seis mandados, três de busca e três de condução coercitiva na Zona Norte da capital, mas nomes não foram divulgados.

De acordo com a assessoria de comunicação da polícia, mais detalhes da investigação, que também abrange outros estados, só serão divulgados nos próximos dias. Mas uma coisa é certa, membros da quadrilha ajudaram na fraude dentro do Detran do Amapá.

Seles Nafes
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