Reserva ambiental sofre com vazamento de esgoto

Área abriga vários animais vítimas de ações causadas pelo homem
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VALDEI BALIEIRO

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Último vazamento ocorreu sobre nascente do Igarapé da Mangueirinha, em frente à fundação Bradesco. Foto: Valdei Balieiro

A Unidade de Preservação Ambiental Revecom, localizada no município de Santana, distante 17 quilômetros de Macapá, vem acumulando problemas ocasionados por ações externas a área. Um novo vazamento na tubulação de esgoto do Bairro da Vila Amazonas, próxima a reserva, tem feito com que a fauna aquícola desapareça. O problema é antigo, ocorre desde 2008 e tem tirado o sossego dos funcionários da reserva. O novo vazamento compromete ainda mais a situação do local. 

 O terreno é propriedade particular, mas hoje abriga mais de 300 animais. A Revecom é categorizada como uma área de conservação de Reserva Particular do Patrimônio Natural (R.P.P.N),  um tipo de unidade de conservação criada em área privada, por ato voluntário do proprietário, em caráter perpétuo, instituída pelo poder público.   

O diretor-presidente da reserva ambiental, Paulo Amorim, diz que tem lutado todos os dias para que os problemas que a área enfrenta hoje não se acumulem e o local, que está paralisado para visitações, volte a receber visitantes.

“Hoje, minha esposa, voluntários e eu temos dado o melhor para recuperar todos os danos causados por efeito da natureza ou ação direta do homem”, disse Amorim, que também é professor de educação ambiental e médico  aposentado.

Vazamento de esgoto na Vila Amazonas compromete fauna

“Esse último vazamento ocorreu sobre uma nascente do Igarapé da Mangueirinha, em frente à fundação Bradesco e com isso a fauna aquícola e os animais que dela dependem estão morrendo e ficando cada vez mais reduzidos” conta Paulo Amorim.

O professor ainda conta que em 2008 entrou com uma ação contra a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA) pedindo que solucionem o problema, mas nada foi feito.

“Esse não é o primeiro nem o último vazamento de esgoto do sistema de Vila Amazonas e que é operado pela CAESA. O problema é anterior a 2008 e foi cristalizado na Justiça Federal através de Ação Civil Pública. A CAESA foi multada pelo IBAMA e ICMBio, sendo definidas várias responsabilidades ao poluidor que, infelizmente, não vem sendo realizadas”, disse Paulo.

A área hoje abriga mais de 300 animais

A área hoje abriga mais de 300 animais. Foto: arquivo

O diretor-presidente da reserva ambiental explica que para a Justiça do Amapá não cabe entrada de outra ação contra a empresa pelo mesmo problema. A alegação é que já possui processo em tramitação. Ele concluiu dizendo que só resta cruzar os braços e aguardar a nível da Justiça local.

Seles Nafes
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