Sul do Amapá isolado

Manifestantes incendiaram a ponte do Maracá causando sérios danos à estrutura de madeira
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SELES NAFES

A manifestação que terminou em ato de vandalismo na ponte sobre o Rio Maracá, no KM-130 da BR-156, isolou por terra o Sul do Amapá, onde estão os municípios de Laranjal e Vitória do Jari. No episódio, policiais rodoviários federais entraram em confronto com moradores na manhã desta quarta-feira, 14.

A comunidade do Maracá reivindica a normalização do abastecimento de combustível dos geradores de energia da localidade. O combustível é fornecido pela Secretaria de Inclusão e Mobilização Social (Sims).

Na tarde de terça-feira, 13, depois de quase quatro dias sem energia, os moradores repetiram o gesto vezes anteriores e bloquearam a ponte. Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal foi até o local e conseguiu convencer os manifestantes a liberar o trânsito já no início da noite.

Na manhã de hoje, contudo, os moradores voltaram à ponte e incendiaram a estrutura. A PRF reagiu com armas não letais na tentativa de afastar os moradores, mas encontrou resistência.

Alguns manifestantes jogaram pedras nas viaturas da PRF e nos policiais. Outros até fizeram disparos de arma de fogo.

Pilares de uma das cabeceiras da ponte. Fotos: Rodrigo Sales

Pilares de uma das cabeceiras da ponte. Fotos: Rodrigo Sales

“Dois homens que estavam com espingardas atiraram nas equipes e fugiram para dentro do mato. Um deles foi capturado”, relatou o inspetor Istarley, da PRF.

Ninguém passa pela ponte. O fogo conseguiu parte da base e dos pilares de sustentação nas duas cabeceiras. O desvio por dentro do município de Mazagão, muito usado por viajantes para fugir e atoleiros, fica depois da ponte no sentido Macapá/Laranjal do Jari. Por isso, só é possível chegar à capital.

Reparos

É da Secretaria de Transportes do Estado (Setrap) a responsabilidade pela manutenção do trecho.

“Estamos esperando a empresa fazer a explanação sobre os estragos e amanhã (quinta, 15) teremos uma reunião para ver quantos dias vai demorar para que o reparo seja feito, mas os trabalhos começarão imediatamente”, garantiu o secretário de Transportes do Amapá, Jorge Amanajás.  

“Essa manifestação prejudicou o direito de ir e vir de 100 mil amapaenses da região”, acrescentou em tom de crítica.

Enquanto a situação não é normalizada, policiais rodoviários estão avisando viajantes de que a BR-156 está fechada no trecho. Os motoristas que formavam uma longa fila desistiram da viagem e retornaram para suas cidades. 

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