Filhos falam sobre pai morto em atropelamento: “ele era divertido”

Moita, como era conhecido, trabalhava há mais de 30 anos no mesmo ponto de açaí e conquistou o carinho dos clientes. Família teme que responsável pelo atropelamento fique impune
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ANDRÉ SILVA

O corpo do batedor de açaí que foi morto na sexta-feira,28, durante um atropelamento, está sendo velado por familiares e amigos desde o início da manhã deste sábado, 29. Orlando Martins de Souza, o “Moita”, era muito querido no bairro onde morava, e por amigos que conviviam com ele todos os dias.

Vizinhança se despede de Moita. Querido no bairro. Fotos: André Silva

Vizinhança se despede de Moita, querido no bairro. Fotos: André Silva

Moita nasceu no município de Chaves, no Pará, e chegou em Macapá para trabalhar como a maioria das pessoas vindas de outras regiões do país. Chegou com a esposa na época e os filhos, que depois escolheram ficar com ele após a separação.

A rotina sempre foi a mesma. Saía de casa antes de amanhecer para comprar o açaí e a melancia, voltava para o lar, tomava banho e saía de novo para bater o açaí. Foi a caminho do ponto que trabalhava que a tragédia aconteceu.

Bicicleta do comerciante de açaí: 100 km/h

Bicicleta do comerciante de açaí que ficou com o corpo no capô do veículo: 100 km/h. Foto: Olho de Boto

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A filha, Theila Barbosa: pai era bem humorado e trabalhador

“Depois que ele saiu deu uns cinco minutos a notícia chegou. A principio, nós pensávamos que havia sido apenas um acidente, mas quando chegamos no local… Somos cinco irmãos e moramos todos juntos nesta casa aqui com ele. Ele era super divertido, brincava com todo mundo, tanto é que tem muita gente aqui hoje”, contou Theila Barbosa, de 28 anos, segunda filha da vítima.

Para ela, o acusado corre o risco de ficar livre, pois estuda e tem profissão.

Açaí do Moita

A vítima já trabalhava  havia quase trinta anos no mesmo ponto, localizado na Avenida José Tupinambá, no Perpétuo Socorro, ao lado da ‘Caesinha’. De lá, por muito tempo Moita tirou o sustento da família. E fez muitos amigos.

Venda de açaí é conhecida. Clientes foram surpreendidos com a má notícia no dia do acidente

Venda de açaí é conhecida. Clientes foram surpreendidos com a má notícia no dia do acidente

Charge que homenageou batedor de açaí nas redes sociais. Imagem: autoria desconhecida

Charge que homenageou batedor de açaí nas redes sociais. Imagem: autoria desconhecida

“O açaí que ele vendia era o primeiro a acabar. Eu gostava muito dele e o tinha como um irmão. Ele era uma pessoa muito bacana. Nem acredito que ele morreu… todo mundo gostava dele aqui. Pessoal gostava mesmo de comprar o açaí dele. Ontem a noite o pessoal chegava perguntando se tinha açaí e eu nem sabia o que responder, só chorava ”, conta com lágrimas a amiga e companheira de trabalho Cléia Leal, de  46 anos. Eles já tinham uma parceria de trabalho há mais de 20 anos.

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Cléia Leal. Trabalhava com Moita há mais de 20 anos

Segundo a família, a audiência de custódia de Aroldo Leite Costa Júnior, DJ que atropelou e tirou a vida de Moita,  está marcada para acontecer nesta tarde, às 15h. Ele passou a noite no Ciosp do Pacoval. O enterro de Moita vai acontecer as 16 horas, no Cemitério São José.

Seles Nafes
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