Em passagem por Macapá, artista fala sobre sua técnica de trabalho inspirada no movimento Pop Art
Compartilhamentos
MANOEL DO VALE
Que os celulares mudaram a realidade das pessoas e do próprio mundo, não há nenhuma dúvida. Com os smartphones o mundo ficou digital, a ponto de caber num toque de tela.
E nunca se produziu tantas imagens. Tudo é motivo para uma foto, uma selfie, um filme, que são compartilhadas e curtidas aos milhares, até mesmo aos milhões, dentro desse universo em expansão chamado internet.
Joca Soares. Foto: arquivo pessoal
Mas, nas mãos do artista plástico Joca Soares, o celular é mais uma ferramenta para captar instantâneos da realidade às quais o artista insere sua percepção, concretizando nela sua crítica social pelos caminhos do por onde passa.
Joca Soares faz arte com o próprio retrato. imagens: divulgação
Diante de seu olhar apurado em 17 anos como diretor de arte em agência de propaganda, cenas do cotidiano viram motivos ou inspiração para os temas que o artista desenvolve utilizando a técnica da tinta acrílica sobre tela, ou sobre jornais, num trabalho que ele define como ‘pop art’, fazendo alusão ao movimento artístico surgido na década de 1950 na Inglaterra, e que alcançou sua maturidade nos anos 1960 nos Estados Unidos.
Marca de seu trabalho é a crítica criativa e ao mesmo tempo ácida e sutil, como na tela do avô dando armas ao neto, que ele criou a partir da imagem de um velhinho alimentando pombos junto com o neto em uma praça qualquer do Brasil.
A acidez é elemento da narrativa artística de Joca Moraes
Artista afirma que sua relação com a cultura é experimental
Joca define sua produção como ‘pop art’
“A minha relação com a pintura é totalmente experimental. E não tenho nenhum apego em formatos, sou totalmente fora disso, de formalizar traços”, diz o artista, natural do Rio Grande do Norte, que hoje ganha a vida como diretor de comerciais no mercado do Norte e Nordeste.
“Eu estou viajando, durante as minhas gravações, encontro muitos cenários interessantes, muitas figuras interessantes e daí passo pra tela”, revela.
Desapego as formas é também marca da obra do artista potiguar
Joca, que está em Macapá pela segunda vez como diretor de cena em campanha política, tem seus trabalhos no acervo da Pinacoteca de Natal, e também em São Paulo. O interessante é que o artista divide o apurado com a venda de suas telas com instituições e caridade, como abrigo de idosos e um hospital infantil na capital norte rio-grandense, onde mora.
A obra de Joca Moraes está em exposição na Pinacoteca de Natal e na capital paulista.
Joca Soares é também documentarista, diretor e clipes e vídeo artes.
Obra transforma figuras e cenários que o artista acha interessantes
