Atuação da Defensoria em favor de Edinho é caso específico, diz Horácio Magalhães

Após advogado abandonar o caso, instituição que presta apoio jurídico para pessoas de baixa renda foi acionada pela Justiça
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ANDRÉ SILVA

O ex-deputado estadual Edinho Duarte continua foragido. Após ter sido abandonado pelo advogado no início dos julgamentos da Operação Eclésia, a Defensoria Pública do Amapá (Defenap) foi acionada para defender o réu.

O Defensor Geral do Estado, Horácio Magalhães, concedeu entrevista ao portal SELESNAFES.COM. É ele quem está cuidando da defesa do ex-deputado. Horácio entende, e vai usar como um dos argumentos, que não há necessidade do pedido de prisão do réu porque o seu processo ainda ocorre em primeira instância.

“Eu entrei com um pedido na secretaria do pleno para saber se havia algum processo dessa operação em trânsito julgado e o processo dele ainda não transitou. Eu só pedi tempo para ter mais provas a favor para o habeas corpus que iremos solicitar”, disse o defensor.

Ex-deputado Edinho Duarte.

Ex-deputado Edinho Duarte. Apesar de não ser uma pessoa hipossuficiente, Defenap atua em sua defesa. Foto: arquivo/SELESNAFES.COM

Edinho Duarte não possui mais o foro privilegiado. É formado em pedagogia , é radialista e funcionário público lotado na Rádio Difusora de Macapá. Com esse arcabouço de informações, a defesa pretende pedir que ele seja recolhido para o centro de custódia do Estado, onde atualmente está preso o deputado Moisés Sousa (PSC), e o ex-secretário de Finanças da Alap, Edmundo Tork, também arrolados no processo.

Desídia

O primeiro advogado de defesa de Edinho abandonou o caso e foi multado em R$ 80 mil pela justiça. Tal ato é conhecido na lei como ‘desídia’. Magalhães explica que a defensoria só entrou no caso porque a Defenap foi acionada pela justiça.

“O caso dele foi específico. Existe um artigo na lei que diz que quando o réu é abandonado pelo advogado ele não pode ficar indefensável. A defensoria é acionada por ofício pela própria justiça para que assuma a defesa do réu. Por isso nós estamos atuando.  Além do que, a constituição diz que ninguém pode ficar sem defesa”, explicou Horácio.

Ele diz que tem orientado a família que diga ao réu que se entregue.

“Acredito que isso aconteça mais cedo ou mais tarde porque isso acaba inviabilizando a questão da própria defesa. Porque nós vamos tomar algumas medidas legais daqui pra frente e isso inviabiliza a defesa”, concluiu Horácio Magalhães.

Moisés Souza, o ex-deputado Edinho Duarte, o ex-secretário de Finanças da Alap, Edmundo Tork Filho, e os empresários Macel e Manoela Bitencourt, tiveram a prisão decretada pela desembargadora Sueli Pini atendendo pedido do Ministério Público para que seja cumprida a sentença de reclusão decidida em agosto pelo colegiado do Tribunal de Justiça.

Eles foram condenados por dispensa ilegal de licitação e peculato/desvio, a penas de 11 anos e 13 anos. O MP alega também que uma testemunha, supostamente comprada, estaria tentando incriminar procuradores e promotores.

Seles Nafes
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