Mulher se passava por delegado da PF para seduzir e enganar

Segundo a polícia, falsária usava fotos de homem para enganar. Uma vítima chegou a dar R$ 5 mil pensando que estava ajudando um delegado que não existia
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SELES NAFES

Uma mulher de 21 anos será indiciada pela Polícia Civil do Amapá por estelionato, entre outros crimes. Segundo as investigações, ela se passava nas redes sociais por um fictício delegado da Polícia Federal para seduzir mulheres e conseguir dinheiro. Uma das vítimas alega que teve um prejuízo de R$ 5 mil.

Lorrany Cristina Freire estava agindo há alguns meses, afirma a polícia. O caso investigado é de uma mulher que mora em Macapá e conheceu o “delegado” num site de bate-papos. A falsária se identificava como “Gaúcho Presença”, mais de 1,90 metro, loiro.

Os papos foram ficando animados, e com o passar do tempo começaram as trocas de fotos. Segundo o inquérito, a acusada passou a se identificar como Miguel Hartman, delegado da Polícia Federal recém-separado e que havia chegado havia pouco tempo no Amapá para trabalhar na PF em Oiapoque, a 600 quilômetros de Macapá. Essa pessoa nunca existiu. 

“A indiciada chegou a mandar presentes para a vítima, como buquês, cartas sentimentais, e ganhou a confiança dela. Assim que isso aconteceu passou a pedir pequenos favores, como frutas e medicamentos”, narra o delegado que investiga o caso, Abraão Almeida, da 7ª Delegacia do Bairro Novo Horizonte, na Zona Norte de Macapá.

Lorrany Cristina posa para foto na delegacia de polícia: "brincadeira" que custou R$ 5 mil

Lorrany Cristina posa para foto na delegacia de polícia: “brincadeira” que custou R$ 5 mil

Como o delegado que nunca existiu não podia aparecer para buscar os objetos solicitados, a própria falsária ia até a casa da vítima se identificando como agente da PF que trabalhava na equipe do delegado fictício em Oiapoque. Em pouco tempo, os pedidos passaram a ser por dinheiro, quantias entre R$ 300 e R$ 700, entregues diretamente à falsa agente.

A polícia tem áudios onde a acusada tentava imitar voz de masculina para enganar a vítima. O esforço era tão grande que alguns áudios estão ininteligíveis. Depois de alguns meses a vítima começou a desconfiar por causa dos encontros que nunca aconteciam, sempre por algum motivo alegado pelo delegado que não existia.

“Quando a vítima começou a se afastar, a indiciada passou a fazer ameaças, dizendo que estava ‘apaixonado’ e que cometeria suicídio se fosse ‘abandonado’”, relata Abraão Almeida.

Diante das ameaças, a vítima procurou a polícia que conseguiu localizar a acusada. Lorrany Cristina foi conduzida, prestou depoimento e confessou o crime, alegando que tudo se tratava de uma brincadeira. Além do crime de estelionato, ela será indiciada por injúria e ameaça.

A Polícia Civil acredita que existam pelo menos mais 3 vítimas que ainda não tiveram os casos investigados. Por enquanto, a acusada responderá ao processo em liberdade.

A polícia suspeita que as fotos usadas por ela durante as conversas sedutoras sejam da internet. O homem loiro que aparece nelas pode nem ser brasileiro. 

Seles Nafes
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