Preso, brasileiro proibido de voltar à Guiana faz selfie em delegacia francesa

Miqueias Brito estranhou a prisão porque diz fazer tratamento de saúde na Guiana há 7 meses
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De Oiapoque, HUMBERTO BAÍA

O catraieiro brasileiro Miqueias Brito, de 42 anos, foi “condenado” a não entrar em território francês pelos próximos 3 anos. Ele diz que foi detido por policiais franceses quando se dirigia a uma unidade de saúde da Guiana onde faz tratamento para o diabetes há mais de sete meses.

A prisão ocorreu em Saint Georges, do outro lado do Rio Oiapoque, cidade a 600 quilômetros de Macapá. O catraieiro diz que ficou mais de 4 horas detido pela PAF (polícia de fronteira) antes de ser expulso para o lado brasileiro. Na delegacia, ele tirou fotos dos policiais e dos documentos que precisou assinar.

O brasileiro diz ter estranhado a conduta da polícia, já que diariamente está em Saint Georges por conta da profissão. Na quarta-feira, 22, era dia de consulta, e mesmo uniformizado e pagando o seguro de saúde para ter direito ao tratamento médico, não houve acordo durante a abordagem policial. Ele foi colocado dentro da viatura e levado para a delegacia. 

“Não deixaram nem eu falar. Não sei o que fazer, tenho que continuar meu tratamento lá. Estou mais chateado pela falta de respeito”, queixou-se.

Selfe com policial francês ao fundo: 4 horas na delegacia

Selfe com policial francês ao fundo: 4 horas na delegacia

Policial francês andando pelo corredor da delegacia da PAF

Outro policial francês caminha pelo corredor da delegacia da PAF

Miqueias Brito diz que teve que assinar uma montanha de papéis para a expulsão, se comprometendo a não entrar na França pelos próximos anos.

Todos os dias muitos brasileiros saem de Oiapoque em direção a Saint Georges em busca de tratamento médico  por falta de especialistas na cidade, ou por acharem que o tratamento do lado francês é de melhor qualidade.

Brasileiro diz que teve que assinar uma montanha de documentos para a expulsão

Brasileiro diz que teve que assinar uma montanha de documentos para a expulsão

Carteira transfronteiriça de outro morador: até 72 horas de permanência no lado francês

Carteira transfronteiriça de outro morador: até 72 horas de permanência no lado francês

No último sábado, dia 18, a Ponte Binacional, que liga a Guiana Francesa ao Brasil, foi inaugurada, mas muitos acordos ainda não foram bem definidos.

Há dois anos foi criada a carteira transfronteiriça, que permite a brasileiros a circulação e permanência por até 72 horas em território francês. O catraieiro ainda não possui o documento, apesar de ser paciente da rede de saúde da Guiana.

Seles Nafes
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