Médicos se revezam para atender em UBS improvisada

Município responsabilzia União por atraso na obra do prédio novo
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ANDRÉ SILVA

A obra da Unidade Básica de Saúde do Bairro Cidade Nova, zona leste de Macapá, virou uma novela e está longe para acabar. Sem prazo para ficar pronta, famílias atendidas pelo Programa Saúde da Família (PSF) se espremem em uma casa alugada pela Prefeitura Municipal de Macapá para serem atendidas. Segundo alguns usuários, os médicos se revezam para atender devido a falta de salas.

As paredes da antiga UBS vieram abaixo em 2012. Antes, a unidade atendia cerca de 3 mil famílias que são acompanhadas pelas equipes do PSF. Uma outra parte, que não era atendida pela equipe, passava por atendimento normal e somava um total de mais de 5 mil atendimentos mensais.

Paralisação

Retomada da obra não tem prazo. Fotos: André Silva

Parte da nova UBS ainda está em fase inicial

Parte da nova UBS ainda está em fase inicial

A ideia era usar uma emenda parlamentar da ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB), que seria aprovada em 2013 para dar início na obra, mas a emenda não pôde ser acessada e o drama começou.

Em maio de 2016 em entrevista ao portal SELESNAFES.COM, o secretário de Saúde do Município, Eldrem Lages, garantiu que as obras seriam retomadas e toda a estrutura seria entregue em setembro, mas o que se vê é um canteiro de obras parado com apenas algumas paredes levantadas.

Quem precisa do serviço se queixa do pouco espaço disponível para o atendimento no local provisório. A administradora da UBS não permitiu que imagens fossem feitas e desmentiu a informação de que médicos se revezam para atender, mas reconheceu  que o espaço é pequeno. Ela não quis gravar entrevista.

Nazaré Vaz de Melo, de 49 anos, é moradora do bairro há 25 anos e conta que o espaço da antiga UBS faz muita falta.

“Pouco espaço. Não tem salas adequadas para os médicos consultarem. Quando um quer trabalhar o outro tem que esperar o colega sair da sala. O espaço nem se compara com o do antigo prédio”, reclamou a usuária.

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Nazaré Vaz de Melo: espaço tem poucas salas

A família do marceneiro Raimundo Sousa, de 49 anos, constantemente era atendida pela unidade, mas há 5 anos tudo mudou. Ele conta que as obras pararam há mais de 2 meses.

“Jogaram a gente para aquele espaço tão pequeno mano que quando é de manhã, os pacientes tem que fazer fila aí no sol para ser atendido. Isso é humilhante”, considerou o homem.

O secretário de Saúde de Macapá, Eldrem Lage, voltou a explicar que a culpa pela paralisação da obra é do governo federal que não liberou o recurso para o pagamento da primeira etapa da obra, que corresponde a 20% do total,  isso possibilitaria a liberação dos 80% restantes.

“O governo federal não conseguiu no ano passado liberar esses recursos em tempo hábil e como esses recursos são do orçamento de 2016, quando passaram para o orçamento do outro ano (2017) eles são classificados como restos a pagar e até agora ele não pagou”, explicou o secretário.

Ele disse também que os recurso usados para 20% já prontos da obra são oriundos da contrapartida do Município. Lages disse que não há previsão para entrega da nova estrutura.

Seles Nafes
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