Amigos de infância lembram que dançarina era alegre e querida

Jovem foi morta em assalto, quando voltava para casa após ensaio de quadrilha
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ANDRÉ SILVA

Amigos que ensaiavam desde a infância com Carla Renata Souza dos Santos, de 17 anos, contam que a jovem era muito alegre e cheia de vida. Ela foi assassinada na madrugada de sábado (17), no Bairro Jesus de Nazaré, área central de Macapá.

Para eles, a jovem foi vítima do descaso com a segurança pública. Eles relatam vários casos de assaltos ocorridos este ano no local onde acontecem os ensaios da agremiação junina.

“Se não fosse ela, seria outro jovem. Poderia até ser uma das minhas filhas”, conta dona Suely Silva, coordenadora da Agremiação Cultural Descendentes.

Suely Silva com as filhas, Karen (esquerda) e Kárita (direita). Família era amiga da jovem desde a infância. Foto: André Silva

A agremiação já existe há 11 anos e está localizada no Bairro Jesus de Nazaré, centro de Macapá. Ela foi idealizada por Sueli Silva e os ensaios acontecem na frente de sua casa na Rua Princesa Izabel com a Avenida Manoel Eudóxio.

Quando jovem,  Sueli Silva dançava em quadrilhas, e quando se tornou adulta decidiu passar a tradição para os filhos e para as crianças, adolescentes e jovens do bairro. E foi a partir deste projeto que Renata teve o primeiro contato com a dança.

Ela começou a ensaiar quando tinha 7 anos, assim que seus pais se mudaram para o bairro. Ela sempre dançava com a amiga Karen Caroline, com quem formou par desde o início. Caroline lembra que elas sempre foram casal destaque da quadra.

Amigos recordam alegria da garota nas apresentações. Foto: arquivo pessoal

Carla Renata saiu do grupo no ano de 2015 e este ano decidiu voltar a dançar, mas desta vez com outra quadrilha, a Estrela do Norte.

“A gente sempre se falava. Ela vinha aqui comigo conversar. Um dia eu fiquei muito doente e ela vinha lá da casa dela pra cuidar de mim, trazia comida e tudo pra mim. No dia do crime, os meninos disseram para mim que tinham matado a Renata (…) Eu não acreditei. Desci para rua para ver se era verdade e era mesmo (…)”, lembrou com lágrimas a amiga de infância.

A família diz que já presenciou várias cenas de assaltos próximo do local dos ensaios.

“Há alguns dias, estávamos ensaiando e um assalto aconteceu bem aqui perto. Alguém gritou que era assalto e todo mundo entrou para casa. Todos usaram uma única entrada e quase que alguém fica ferido devido a correria”, queixa-se  Caroline.

Polícia Civil busca registro em câmeras que possam ajudar a identificar placa da moto dos criminosos. Foto: André Silva

Evidências

A Polícia Civil passou a manhã desta segunda-feira (19) colhendo depoimentos de vizinhos e tentando obter a gravação de câmeras de segurança que poderiam ter registrado a placa da moto que os bandidos usavam.

O portal SELESNAFES.COM tentou falar com os proprietários de algumas casas que têm o equipamento instalado. Em uma delas, a câmera não estava funcionando e em outras os moradores não quiserem falar com o portal.

O caso está com a Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio e corre sob o comando do delegado Celso Pacheco.

Seles Nafes
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