No contra-ataque, deputada denuncia empresário

Defesa da deputada usa corpo de delito do empresário e pede a condenação dele por três crimes
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SELES NAFES

A deputada federal Josy Araújo (PTN-AP) decidiu usar fogo contra fogo, no caso do empresário da cidade de Santana que a acusa de tortura. O inquérito contra a parlamentar foi, inclusive, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, no contra-ataque, a defesa da deputada ingressou com queima crime contra o empresário, e anexou à petição o resultado do exame de corpo de delito da Politec, onde os peritos afirmam que não teria ocorrido tortura.

A confusão começou na eleição de 2014, quando o empresário Noel dos Santos Almeida alega ter emprestado R$ 30 mil para a campanha da deputada, que não teria devolvido o dinheiro. No ano seguinte, o empresário diz ter intensificado as cobranças, a ponto de começar a ser ameaçado.

Na noite de 30 de setembro de 2015, Noel Almeida teria sido sequestrado e torturado por três homens por ordem da deputada. Uma das unhas dele teria sido arrancada durante a sessão de espancamento. Os criminosos, segundo o empresário, queriam os cheques dados por Josy Araújo como garantia de pagamento do empréstimo.

Parte do exame de corpo de delito feito no empresário. Foto: Reprodução

Em novembro do mesmo ano, o empresário fez um termo de declaração e denunciou a deputada ao Ministério Público Federal e Polícia Federal. Em junho deste ano, a pedido do procurador geral da República, Rodrigo Janot, o STF autorizou a abertura de inquérito contra a parlamentar.

No último dia 23, a defesa da deputada ingressou com a queixa crime na 2ª Vara Criminal de Santana, usando o resultado do exame de corpo de delito feito no empresário pela Politec na época do suposto sequestro e tortura. O exame confirma que há ferimentos no empresário, mas diz que eles não foram “produzidos por tortura ou por meio insidioso ou cruel”.

Além disso, a petição da deputada menciona mensagens supostamente enviadas pelo empresário com claras ameaças.

Josy Araújo pede na queixa crime a condenação do empresário por ameaça, calúnia e denunciação caluniosa. Enquanto isso, o inquérito contra ela por tortura continua. 

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