“Garfada” pode paralisar Unifap, e crise chega ao Hospital Universitário

A partir de setembro a Unifap vai ficar sem verba para custeio se o orçamento não for normalizado
Compartilhamentos

SELES NAFES

As 62 universidades federais espalhadas pelo Brasil estão sofrendo com cortes anunciados pelo governo, mas para a Federal do Amapá (Unifap) o impacto dessa medida é avassalador. A expectativa é de que o segundo semestre seja seriamente comprometido, com possibilidade de paralisação das aulas.

A Unifap tinha um orçamento de R$ 167 milhões para 2017, que já era 13% menor que em 2016. Agora, o Ministério da Educação anunciou que não irá repassar todos os recursos. Serão mais de R$ 10 milhões a menos.

“Em custeio, a redução foi de 30%, que é o recurso usado para vigilância, limpeza, reagentes dos laboratórios, contas de luz, água, entre outras despesas, e de 60% em capital, que representa os investimentos para novas estruturas”, explica a reitora da Unifap, Eliane Superti.

Início das obras, há 6 meses: empresa não recebe há 4 meses. Foto: André Silva

A verba atual para custeio, segundo ela, é o suficiente apenas para durar até setembro. A partir daí, a reitora diz que não sabe como vai cobrir as despesas. A esperança é de uma ação política.

“Estamos esperando para ver se o ministério reverte pelo menos essa redução do custeio”. 

Por enquanto, apenas o restaurante universitário não será afetado. Como houve greve no ano passado, sobrou orçamento do RU que agora está sendo utilizado para garantir a alimentação dos alunos. No total, a Unifap tem mais de 7 mil alunos nos campus de Macapá, Santana, Oiapoque e Mazagão.

Hospital Universitário

Já o Hospital Universitário, que está sendo construído há seis meses, tem a situação bastante complicada. A obra de R$ 200 milhões está sendo bancada graças a uma emenda coletiva da bancada federal do Amapá, composta por deputados federais e senadores.

O problema é que por enquanto existe apenas o orçamento, e não a execução financeira. Ou seja, dos seis meses, apenas dois foram pagos para a empresa que toca a obra.

“As obras estão em ritmo acelerado, mas a empresa já notificou a universidade avisando que não terá como manter o ritmo se não houver pagamento. E já estamos chegando ao quarto mês sem pagamento para a empresa”, revelou a reitora.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!