Celulares, armas e uma grande quantidade de pedaços de madeira e ferro foram encontrados na manhã desta quarta-feira, 18, no pavilhão F 3 do Iapen. O material foi descoberto durante uma vistoria surpresa do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope). A madeira e o ferro seriam usados pelos detentos como arma e, principalmente, para furar novos buracos na muralha do presídio, a exemplo do que ocorreu no último domingo, 15.
A vistoria foi solicitada pela direção do Instituto de Administração Penitenciária depois da fuga de 27 condenados do F3, conhecido também como “Fechadão”. Os policiais do Bope entraram na penitenciária por volta das 6 horas da manhã com o objetivo de revistar o mesmo pavilhão.
No domingo, também usando pedaços de ferro, os detentos conseguiram abrir com facilidade um buraco de aproximadamente 45 centímetros de diâmetro. Segundo a direção do Iapen, é provável que os detentos tenham passado vários dias enfraquecendo um único ponto do muro para fuga.
Dos 27 fugitivos, apenas onze foram recapturados até agora, incluindo um condenado conhecido como “Zeca Boi”, um dos mais perigosos do bando. Zeca Boi cumpre pena por homicídios, assaltos e tráfico. Ele foi recapturado no dia seguinte à escapada.
Durante a vistoria desta quarta-feira, além dos pedaços de ferro e madeira, os policiais descobriram dezenas de aparelhos celulares, bebidas alcoólicas artesanais, estoques e drogas. O presidente do instituto, Nixon Kennedy, refez a previsão quanto ao início das obras de reforço da muralha da penitenciária. Abril do ano que vem.
O governo do Estado anunciou a liberação de R$ 1 milhão para a construção de uma espécie de cinturão de concreto envolvendo todo o muro. A estrutura terá dois metros de profundidade e dois metros de altura. “Ainda será necessário esperar a abertura do orçamento do ano que vem para fazer a licitação. Calcule que possamos começar essa obra em meados do primeiro semestre”, calculou, Kennedy, depois de ter calculado que as obras poderiam começar em fevereiro.
A obra prevê ainda a construção de um alambrado com arame farpado para separar o presídio de uma grande área de mata que existe atrás do complexo. O muro hoje é feito apenas de tijolos. Tomara que aguentem até o fim da obra.