A expectativa da Polícia Militar é que 100 mil pessoas compareçam à orla de Macapá só para a tradicional queima de fogos da noite do réveillon. Todo esse movimento é esperado com ansiedade pelos donos de bares da Beira-Rio que fizeram grandes estoques de cerveja para atender os clientes que querem entrar no ano novo brindando às margens do Rio Amazonas.
Macapá é com certeza uma das capitais que tradicionalmente mais consomem cerveja no Brasil, guardadas as devidas proporções populacionais. E assim como acontece em outras regiões, o calor é o principal incentivo. Esse consumo aumenta ainda mais nas datas comemorativas como carnaval, Natal e o réveillon, quando as pessoas têm a tradição de se reunir em pontos estratégicos para observar melhor a queima de fogos.
O funcionário público Carlos Alberto, que nesta segunda-feira, 30, já antecipava a comemoração pelo novo ano, não abre mão da cerveja gelada em grandes festividades. “Essa é uma realidade muito observada no Amapá, por conta do clima quente da região. E como todo bom brasileiro estarei com a minha ‘cervejinha’ só aguardando a virada de ano na orla”, garantiu sorridente.
A maioria dos comerciantes o complexo Beira-Rio está investindo pesado em estoques. Só no quiosque de seu Rodrigo Menezes, localizado próximo ao Trapiche Eliezer Levy, o investimento foi de dez mil reais. “Nós sempre fazemos um levantamento prévio para planejar uma boa venda de bebidas, pratos e tira-gostos, baseado no consumo de grandes eventos. Só para o réveillon estimamos que serão necessárias cerca de 50 grades de cerveja, além de cerveja em lata e outras bebidas”, calcula Menezes. Neste caso, 50 grades equivalem a 1.200 garrafas de cerveja.
Esse é o primeiro ano do comerciante no réveillon da orla, mas ele garante que está fazendo o investimento certo para ter o lucro estimado para uma festa como essa. “Quem ainda é novato no ramo de bebidas na orla se baseia no recolhimento de dados de comerciantes mais antigos,” ensinou.
Os concorrentes de Menezes também estão se preparando para receber toda essa movimentação do réveillon, e em todos, a principal preocupação também é com os estoques de cerveja. A expectativa é para um dos maiores lucros do ano, mas no meio de todo esse entusiasmo há uma exceção. O comerciante Mizael Morais acredita que o consumo na virada do ano aumenta sim, porém não a ponto de justificar um grande investimento. “Pode-se imaginar por conta de todo esse movimento dos vizinhos que o lucro será alto, mas isso não é o suficiente para arcar com o investimento e as despesas que chegarão junto a esse movimento exacerbado”, opinou.
O comerciante acha que muita gente vai levar para a orla a própria bebida. “Outro ponto que posso destacar é que não seria vantajoso sair de casa para correr atrás desse mercado consumidor, pois o que eu ganharia em uma noite como essa seria quase o mesmo que ganho em um fim de semana, ou seja, para correr atrás de um lucro parecido ao fim de semana teria que pagar hora extra e arcar com as despesas de materiais danificados como copos e mesas. Não seria vantajoso”. Pelo menos não no caso dele.