A novela da coleta de lixo de Macapá prossegue e ganha cada vez mais contornos de drama mexicano, com direito a muitas cenas tristes. E ao que tudo indica, o último capítulo ainda está bem longe. Depois da decisão do desembargador Gilberto Pinheiro, a prefeitura anunciou que vai recorrer para garantir a validação da licitação que apontou como vencedora empresa Terraplena.
A Secretaria de Manutenção Urbanística (Semur) ainda não foi notificada da decisão liminar do Tribunal de Justiça do Estado e, por isso, continua trabalhando a transição entre as empresas Cleans (que está saindo) e a Terraplena. Apesar do contrato com a Clean terminar oficialmente só em abril, já havia um acordo para antecipar sua saída no dia 31 de janeiro.
Na sexta-feira, 10, a empresa Potivias, do Rio Grande do Norte, que não participou da concorrência, conseguiu anular o contrato com a Terraplena alegando que um dos membros da comissão de licitação possui dezenas de condenações no Tribunal de Contas do Pará. Além disso, os advogados alegaram que a decisão anterior do desembargador (proferida em novembro), de suspender o edital, não tinha sido revogada. “Estamos trabalhando essa transição desde novembro. Os carros da Terraplena estão prontos para sair de Belém e vir pra Macapá. Assim que formos notificados vamos recorrer e dar andamento a troca de empresas”, afirma o secretário de Manutenção Urbanística José Mont Alverne.
A Clean opera com oito carros coletores nas ruas e não atende a demanda da cidade. A Semur colocou mais 10 caçambas e duas retroescavadeiras para reforçar a limpeza nos 36 pontos mais críticos de Macapá.
A Clean tem permanecido calada durante todo esse processo. Que a coleta de lixo de Macapá está deficiente, isso todos os urubus, ratos e cães da cidade já sabem. O que ninguém sabe é quando esse problema vai de fato terminar.