O novo valor nos talões de energia foi o assunto mais discutido no início da tarde desta sexta-feira, 07, no setor de atendimento da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). As pessoas começaram a perceber a diferença cobrada após o aumento de 28,67% na tarifa. Os guichês ficaram cheios de pessoas querendo uma reavaliação da conta.
Esse é o exemplo da funcionária de serviços gerais Marlúcia Farias, moradora do bairro Araxá. A consumidora se surpreendeu com um aumento de quase 90% no talão após o aumento. “Até novembro minha energia não passava de R$ 60. Após essa liberação de aumento a minha luz subiu para R$ 90 em dezembro, e agora em janeiro o valor chegou a R$ 114,88. Por isso quero que o consumo de minha casa seja reavaliado. Deve ter um erro no cálculo”, avaliou.
Teoricamente para uma conta de R$ 60, a nova tarifa deveria significar um aumento de R$ 17. Para seu Carlos Ithajay o aumento foi de R$ 54. O salto foi de R$ 176,56 para R$ 230,87.
O diretor do Setor Comercial da CEA, Edmundo Pinheiro, destacou que as pessoas tem o direito de pedir uma reavaliação. “acho que as pessoas não se habituaram a sentir reajuste depois de 10 anos sem modificação do valor. Nas outras capitais isso ocorre todos os anos.
A CEA garante que apenas repassou para as contas o reajuste de 28,67% autorizado pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Estamos cientes das reclamações dos consumidores, mas já foi exposto pela mídia local, que o aumento foi algo autorizado pela Aneel, pois nos últimos dez anos os consumidores da CEA não sofreram nenhum aumento por conta da inadimplência da companhia”, explicou o diretor do Setor Comercial.
Todos os anos, no dia 30 de novembro, a Aneel faz a revisão tarifária da CEA levando em conta o número de consumidores, a quantidade de energia consumida na cidade e os valores necessários para manter a empresa adimplente com os seus fornecedores, como a Eletronorte, responsável pela geração.
Como nos últimos 10 anos a inadimplência com a Eletronorte impediu reajustes, houve uma defasagem de 102%. “Para ser mais exato o nosso déficit estava em 128%, pois como os aumentos propostos não estavam sendo aplicados os pequenos reajustes se transformaram nesse acumulado. Mas em junho de 2013, o governo federal baixou algumas taxas e impostos que deveriam serem pagos pela CEA, o que reduziu essa perda para 102%” informou Pinheiro.
A CEA pode até sustentar que não repassou toda a defasagem para as contas, mas a quantidade de pessoas reclamando na central de atendimento da companhia e pedindo o recálculo da conta não para de crescer.