O macapaense dá sinais de que está cada vez menos tolerante com as condições da capital e o caso dos gestores públicos. Protestos com pneus e bloqueio de ruas ficaram mais comuns e neste domingo, 16, voltaram a se repetir. Desta vez o palco da manifestação foi a 7ª Avenida do Congós, depois de mais uma madrugada chuva e alagamentos.
O protesto começou cedinho, organizado por moradores da área de pontes do bairro que enfrentam um problema que eles próprios ajudaram a construir ao invadir a área de ressaca, que naturalmente deveria receber o escoamento da água da chuva.
Apesar da ocupação irregular, obras de engenharia poderiam amenizar o problema. Dutos de escoamento instalados pela prefeitura teriam sido pequenos de mais para dar vazão à água da chuva. Pelas contas dos próprios moradores, mais de 70 casas foram para o fundo. Não restou outra alternativa na madrugada, se não tentar salvar móveis e aparelhos eletrônicos, além de levar as crianças para casas de parentes.
O protesto dos moradores fechou a 7ª Avenida e atrapalhou o trânsito. A Polícia Militar foi chamada e desobstruiu a avenida sem resistência dos manifestantes que também conseguiram chamar a atenção da prefeitura. Uma equipe da Secretaria de Manutenção Urbanística (Semur) esteve no local e devolveu a culpa para os moradores que teriam aterrado parte da ressaca barrando o escoamento das águas. “A ressaca não deveria estar ocupada. Além disso, como tem chovido muito, as manilhas não foram dimensionadas para essa quantidade de água. Na segunda-feira voltaremos aqui para fazer algum trabalho de engenharia”, garantiu o secretário de Manutenção Urbanística, José Mont’Alverne.
Durante todo o fim de semana oito alagamentos foram registrados pela Defesa Civil em toda a capital.