A ausência de uma testemunha obrigou a Justiça a transferir para o dia 17 de março a audiência de instrução e julgamento dos ex-governadores Waldez Góes (PDT) e Pedro Paulo Dias de Carvalho (PP). Eles foram denunciados pelo Ministério Público por improbidade administrativa no caso das consignações. Ambos dizem que são alvos de uma trama política para impedi-los de participar das eleições no ano que vem.
O Ministério Público do Estado diz que entre 2009 e 2010 o governo Waldez Góes recolheu dos salários dos servidores parcelas que eram destinadas ao pagamento de empréstimos a entidades financeiras por meio de consignação, ou seja, de descontos na folha de pagamento. O total retido teria somado R$ 76 milhões.
O problema é que, de acordo como MP, o dinheiro não era repassado às empresas, uma prática que teria continuado a partir de abril de 2010, quando Waldez Góes renunciou ao governo para se candidatar ao Senado. A prática teria continuado com Pedro Paulo Dias durante os nove meses em que governou o Estado. Waldez já disse em outras ocasiões que desconhecia que isso ocorria em seu governo.
A audiência na segunda-feira não resultaria em uma sentença. Uma data ainda deverá ser marcada para a publicação da decisão, e isso só deverá ocorrer depois do prazo de cinco dias úteis para que os ex-governadores e três ex-secretários apresentem suas últimas considerações. Na segunda-feira, a ausência de uma testemunha de acusação inviabilizou a audiência pela segunda vez. Na primeira, no fim do ano passado, houve problemas com o sistema de gravação de áudio da Justiça.
Waldez e Pedro Paulo compareceram à audiência e conversaram com os jornalistas. Waldez disse que vem sendo vítima de uma tentativa de torná-lo inelegível, e que outros candidatos podem passar pela mesma situação. “Daqui a pouco querem vencer por W.O”, ironizou usando uma expressão cunhada no futebol quando apenas um adversário entre em campo.
Se Waldez e Pedro Paulo foram condenados no dia 17 eles ainda não ficarão inelegíveis, mas se perderam no recurso ao Tribunal de Justiça poderão ter os direitos políticos suspensos.