Depois a federalização da CEA o amapaense já esperava pelo reajuste da tarifa de energia, mas não no patamar que o aumento atingiu. Só de uma paulada, a conta veio 28,67% mais alta do que em dezembro. E como há outros índices represados, mas aumentos deverão ser anunciados nos próximos meses.
Durante o tempo em que esteve inadimplente com a Eletronorte, a CEA ficou impedida de realizar reajuste, uma situação que durou quase 10 anos. Normamente, quando há um reajuste em outros estados, o aumento oscila entre 6% e 10%, dependendo do comportamento no custo de distribuição. Essa fórmula evidentemente não ocorreu no caso do Amapá.
Desta vez vieram 28,67%, mas outros reajustes estão preparados. A CEA acumula um prejuízo em tarifa no Amapá que passa dos 100% em uma década de letargia pela inadimplência. “A CEA tem uma preocupação grande com o social e, não vai impor ao consumidor todo o percentual de reajuste de tarifa acumulado. Nós teremos o cuidado para não sobrecarregar o consumidor e isso será avaliado junto à Aneel”, afirma o presidente da CEA, Francisco Almendra.
Em todo o Estado, existem de 180 mil unidades consumidoras (residências, prédios comerciais, órgãos públicos) que devem pagar mais de R$ 500 mil com o reajuste. “Na minha casa a conta de luz veio R$ 254. Eu nem tenho aparelhos que consomem energia assim. Fui reclamar na CEA e me disseram que o valor já era com o reajuste”, explica o pedreiro Antônio Manuel. De acordo com ele, o valor da conta de energia em sua casa nunca tinha ultrapassado os R$ 168.
A policial militar Verônica Araujo também reclama do abuso da conta. “Sempre que tem reajuste em algo na sociedade, percebemos um abuso no valor, espero que a Aneel fiscalize as empresas para que nós consumidores não sejamos lesados”.
E o preço da conta não é a única reclamação. Cresce o descontentamento com as oscilações de energia que queimam aparelhos e, claro, causam prejuízos.