Os prédios já começam a mudar a paisagem de quem passa pela Rua Claudomiro de Moraes, são as obras do conjunto habitacional São José, no bairro do Buritizal, que seguem em ritmo acelerado. Mas o conjunto, que terá 1.440 apartamentos tem causado transtornos aos moradores do Conjunto Laurindo Banha.
A obra de R$ 89 milhões tem previsão para terminar em outubro deste ano e os moradores do entorno torcem para que outubro chegue logo. Em dias de sol, o pó da obra invade residências, e em dias de chuva a reclamação e por causa do sistema de esgoto do conjunto que vem causando alagamentos na vizinhança. “Eu moro aqui há muitos anos e nunca tinha alagado. Agora minha casa está no fundo, tudo por causa das grandes galerias do sistema de esgoto do conjunto”, reclama o morador Antônio Gonçalves.
A empresa responsável pela obra é a Construtora Direcional S/A, que já foi notificada pela Defesa Civil para tomar providencias. A única medida tomada foi abrir um canal de escoamento da água, que não tem dado resultado. “Com o último ocorrido fizemos um plano de atuação em caso de extrema emergência. Temos o apoio logístico de 55 profissionais que já se preparam para o mês de março, que é quando as chuvas costumam ser torrenciais”, adiante o coronel da Defesa Civil, Jerrilson Oliveira.
Não é apenas a água que acumula nas moradias mais baixas. A terra que desce da obra aterra a frente das casas. “Fica uma lama horrível, eu tenho que esperar a chuva parar de cair para retirar a terra, se não à água que escorre entra direto para minha casa”, conta o aposentado Marcos Rocha.
O lixo que desce com enxurrada e pode causar muitas doenças também é outra preocupação dos moradores. “Mesmo com esse canal que a empresa abriu para a água descer eu tenho medo. Quando começa a chover muito não consigo dormir direito, a preocupação é maior”, desabafa a moradora Nadia Farias.
A Defesa Civil já fez a parte dela. Agora, cabe à prefeitura de Macapá obrigar a empresa a tomar medida que de verdade impedirão novos alagamentos na vizinhança.