O Amapá terá que devolver para os cofres da União R$ 900 mil porque não conseguiu licitar a compra e a instalação de equipamentos para armazenagem de grãos no estado. O armazém já está pronto para receber a produção de grãos, faltando apenas os equipamentos. A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) era responsável pela realização da licitação, mas perdeu todos os prazos.
A demora para a realização do processo de licitação acabou acarretando a defasagem dos valores e, em decorrência disso, o Projeto Calha Norte, fonte dos recursos, alegou que não há mais prazo e condições para executar o convênio. A devolução dos recursos vai atrasar o funcionamento do armazém e com isso o setor agrícola fica prejudicado.
Outro exemplo é uma emenda de 2012, do deputado Sebastião Bala Rocha (PDT), no valor de 9 milhões de reais que seriam destinados a construção do Pronto Socorro da Zona Norte de Macapá e que, até agora, a SESA sequer definiu onde aplicar os recursos. “Tudo indica que irão jogar fora esses R$ 9 milhões também, e logo na área crítica da saúde que tanto precisa de atenção”, comentou o deputado.
De acordo com Bala Rocha, governo do estado e prefeituras precisam organizar uma estrutura adequada para a execução de emendas, sob pena de continuar jogando dinheiro fora. A secretária de Desenvolvimento Rural, Cristina Almeida, não atendeu telefonemas para comentar o assunto.
Quem está acostumado a trabalhar com liberação de emenda, empenho e aplicação de recurso federal, critica a forma como o estado e as prefeituras trabalham. Um especialista no assunto ouvido por SelesNafes.Com explica que os gestores deveriam criar centrais de convênio, equipes dedicadas só a cuidar todo o processo de emendas. “Muito dinheiro é perdido. Quando conseguimos a liberação do recurso a prefeitura ou o estado estão inadimplentes”, comenta.