Dirigentes do São José, Santana e Macapá à espera de uma audiência com o governador Camilo: pressão por repasse
Dirigentes de três clubes de futebol do Amapá se reuniram na manhã desta segunda-feira, 24, no Palácio do Setentrião, para reivindicar a assinatura de um convênio com o Governo do Estado para repasse financeiro aos times. Nessa primeira investida, os dirigentes saíram sem nenhuma resposta sobre o assunto, mas com a promessa de uma reunião com o governador Camilo Capiberibe (PSB).
O campeonato amapaense tem apenas seis clubes inscritos para 2014: Ypiranga, São Paulo, São José, Santana, Macapá e Santos, o atual campeão. Só que apenas os clubes mais organizados e com patrocínio estão treinando, é o caso do São Paulo, Santos e Ypiranga. Estes dois últimos fazem a segunda partida do Amapazão marcada para 5 de abril, no Estádio Zerão.
Os cartolas alegam que sem a ajuda financeira do Estado, fica difícil custear o campeonato amapaense, que iniciou no dia 15 deste mês, e está parado por 20 dias a pedido da CBF. Ou seja, por enquanto apenas um jogo da competição foi realizado.
No ano passado, o repasse do governo foi de R$ 600 mil para o campeonato disputado por oito clubes. Em 2014, são seis times e os dirigentes esperam, no mínimo, o mesmo valor do ano passado. “Para os clubes é interessante pelo menos o valor de R$ 600 mil. Apesar que mesmo com esse valor, muitos clubes vão continuar com pendências ainda do ano passado. Se a proposta for menos que isso, os times teriam que negociar com o governo. É importante frisar que esse dinheiro é para a manutenção do campeonato que já começou”, afirmou o presidente do São José, Rômulo Simões, que ainda nem montou equipe.
Os dirigentes afirmam que a participação do Estado é fundamental para a continuação do campeonato. “Caso isso não aconteça, o resto da competição fica comprometido”, avalia o vice-presidente do Macapá, Edielson Silva Souza.
Eles foram recebidos pela chefia de gabinete do governo que prometeu uma reunião decisiva com o governador. “Quem é prejudicado com a falta do dinheiro é o torcedor que corre o risco de ter um campeonato com poucos times, já que muitos irão desistir se não houver dinheiro para pagar os jogadores”, avisa o presidente do Santana Esporte Clube, Aristeu Valente.
Amadorismo
O futebol do Amapá, apesar de profissional, ainda se comporta como amador. Os clubes estão afundados em dívidas trabalhistas e previdenciárias. A Federação Amapaense de Futebol é comandada por grupos políticos que não largam o osso, e acendem a desconfiança das empresas que poderiam estar investindo nos clubes para que estes pudessem contratar atletas.
A FAF não faz sequer um comercial de televisão chamando a população para prestigiar a abertura do campeonato. Na partida de estreia, entre Santos e São Paulo, a bilheteria teve pouco mais de 600 pagantes.