Quem está procurando as feiras da capital atrás da tradicional pupunha se surpreende com o preço. Quem tinha se acostumado a comprar o quilo a R$2,00 hoje está pagando até R$ 22, neste início de temporada do fruto. Pelo menos por enquanto, comer uma pupunha tomando um bom cafezinho está bem mais caro.
Para os agricultores, os responsáveis por esse aumento são os atravessadores que compram dos produtores e revendem a um preço bem mais elevado. Na tarde desta terça-feira, 11, SelesNafes.Com esteve na Feira do Produtor do Buritizal e encontrou o produto também a R$15,00 o quilo, mas há consumidores já desembolsaram R$22 para matar a vontade. “Está um absurdo esse preço, eu gosto muito de pupunha, mas a esse preço não dá para manter a iguaria na mesa”, queixa-se o bioquímico Wilmar Ribeiro.
O bioquímico, assim como todo o amapaense, espera que o preço diminua daqui para frente. Apesar da ação dos atravessadores, a tendência é que o preço baixa na medida em que a produção aumente, como espera o agricultor Antônio Pantoja, que há 13 anos vende o produto. “O preço deve baixar no inicio de abril, período em que os cachos estarão cheios e no ponto para a retirada do fruto. Por enquanto o preço deve ficar assim, entre R$6,00 com os produtores, e R$20,00 com os marreteiros”, adianta ele.
A maior parte da produção vendida em Macapá sai da área do Matapi, próximo ao município de Porto Grande (a 105 quilômetros de Macapá). Mas escoar da colônia para as feiras tem sido complicado e caro, fator que favorece os marreteiros e atravessadores que assumem essa logística. Um atravessador que não quis se identificar, confirmou que compra o produto a R$ 8,00 para vender entre R$15,00 e R$20,00.
Em relação à presença dos atravessadores nas áreas da feira, a gerência de Abastecimento e Feiras da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), responsável pela fiscalização, informou que já fez um levantamento sobre a presença dessas pessoas e nesta quinta-feira, 13, estará realizando uma operação para tentar retirar da feira vendedores que não são agricultores. “Estaremos atuando junto com a Polícia Militar para evitar qualquer contratempo, pois em outras ações na feira do Jardim, por exemplo, já houve até agressões aos nossos fiscais”, revelou o gerente Fábio dos Santos.
É comum também a presença de vendedores de outros produtos entre os agricultores dentro da feira. Barraquinhas e mesinhas são instaladas nos corredores por onde trafegam os consumidores. A desorganização é total.