O macapaense anda tão intolerante com as condições da cidade, que nos últimos tempos ficou bem comum encontrar protestos de moradores queimando pneus e, principalmente, fechando ruas. Foi o que aconteceu nesta quinta-feira, 24, em um trecho da 13 de setembro, avenida importante que corta pelo menos sete bairros de Macapá. Moradores usaram entulhos e plantas para bloquear a passagem de veículos.
O trecho problemático fica entre as ruas Manoel Eudóxio Pereira e Professor Tostes. Cansados de cobrar da prefeitura a recuperação do asfalto, famílias se reuniram e recolheram todo o entulho possível para bloquear a avenida. Até plantas foram utilizadas.
O problema é o mesmo de quase toda a capital, a buraqueira. Segundo os moradores, há mais de 10 anos o lugar não recebe pavimentação de qualidade. “Todo ano a prefeitura só faz tapa-buraco, não queremos isso. Eles tampam e semanas depois os buracos abrem e ficam maiores. Queremos que asfaltem. Da Rua Hildemar Maia para cima a Treze é uma beleza, mas de lá para baixo é só buraco. Não adianta a prefeitura falar que está no cronograma, tem que mostrar serviço”, disse a moradora Maria de Souza.
Não são apenas os carros que penam com a buraqueira. Crianças e idosos já sofreram acidentes. “Uma noite não havia energia, uma senhora que andava pela rua caiu em um buraco é ficou bem machucada. Sem contar que as crianças não brincam mais nesse pedaço perímetro porque várias já caíram nessa buraqueira”, contou o técnico de refrigeração Abraão Almeida Rodrigues, de 33 anos.
Ainda pela manhã equipes da Secretaria Municipal de Manutenção Urbanística (Semur), fizeram a limpeza do entulho deixado pelos moradores e desbloquearam a avenida. De acordo com a prefeitura, os serviços de tapa-buraco continuarão no trecho. Os serviços de asfaltamento estão previstos para julho.
Os moradores dizem que não vão esperar até a data. “Eu ajudei a entulhar a avenida. Eles estão limpando, porém não vão asfaltar. Amanhã vamos fechar a Treze novamente e ainda vamos cavar ainda mais os buracos. Enquanto a prefeitura não cumprir com a obrigação dela, vamos continuar nos manifestando, esse é o nosso direito”, adiantou o carpinteiro Adeilson Costa de Souza, de 25 anos.