Dos três policiais civis do Pará presos acusados de assaltos em comunidades ribeirinhas, dois são escrivãs e o terceiro é um investigador que estava de férias. Segundo uma fonte da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá, o grupo estava esperando a passagem de um navio carregado de uma grande quantidade de cigarros contrabandeados vindos da região da Guiana Francesa. A carga estaria avaliada em R$ 1 milhão.
Os policiais foram trazidos com mais cinco pessoas, todas acusadas de praticar assaltos em comunidades ribeirinhas do município de Chaves, ilha do Pará que pertence ao arquipélago do Marajó. Eles foram capturados pelos próprios moradores com ajuda de policiais militares do Pará quando dormiam em uma embarcação, e depois de praticar roubos, cárcere privado e sessões de tortura onde as vítimas eram moradores. Até adolescentes apanharam, segundo relatos de 15 vítimas e testemunhas que estão desde a noite da última quinta-feira, 17, prestando depoimentos no Ciosp do Congós.
Os dois escrivãs e o investigador tinham um mandado de prisão expedido pela Justiça do Pará e deveriam investigar o roubo de gado na região. A missão, segundo depoimentos dos próprios acusados, deveria ter durado até o último dia 4 de abril. “Mas eles decidiram aguardar a passagem de um navio que vinha trazendo cigarros contrabandeados da Guiana Francesa avaliados em R$ 1 milhão. Enquanto o navio não aparecia eles decidiram praticar os roubos”, frisou uma fonte da polícia que está acompanhando todos os depoimentos.
Os três policiais e os cinco comparsas seriam transferidos nesta sexta-feira, 18, mas só no sábado chega um avião enviado pelo governo do Pará para levá-los a Belém. Eles aguardarão a traferência no Ciosp do Pacoval onde há celas vagas. O delegado Ericláudio Alencar está tomando os depoimentos junto com a diretora do Departamento de Crimes Funcionais da Corregedoria da Polícia Civil do Pará, Dinilda Costa.