A estrutura portuária do Amapá e a privilegiada localização geográfica do Estado começaram a ser discutidos nesta segunda-feira, 19, em Macapá, por investidores, parlamentares e gestores que querem convencer as empresas de pesquisa de petróleo e produção de grãos que o Amapá é a melhor alternativa para suas operações. O seminário “Amapá Logística e offshore” foi concebido para debater a implantação de terminais portuários e a zona de processamento no Amapá, especificamente no porto de Santana. O Amapá concorre com o Pará para ver onde ficará a base de operações das petroleiras.
O objetivo do evento é encontrar mecanismos facilitadores que garantam a médio prazo a utilização do Porto de Santana para escoar a produção de grãos e minérios da região centro-oeste do Brasil. Além disso, garantir acordos com o Platô das Guianas, Caribe, Canal do Panamá e outros centros que poderão usar o porto amapaense como entreposto para o recebimento de mercadorias de outros continentes. Mas o problema ainda é a falta de infraestrutura.
A alternativa apresentada pelo governo do estado é aumentar a área do porto de Santana em cerca de um quilômetro e meio, mas para isso vai precisar desapropriar parte de uma área residencial que fica no entorno da Companhia Docas de Santana. “Para as empresas se instalarem aqui, o porto precisa ser expandido. Estamos dialogando com o município de Santana para desapropriar a área que precisamos. Assim, o tamanho do porto vai dobrar para 30 hectares, permitindo a instalação de empresas que tenham interesse”, explicou o governador do estado Camilo Capiberibe.
Segundo o representante da Secretaria Nacional de Portos, José Nilton Gama, o Amapá possui um grande potencial para contribuir com o desenvolvimento da região norte. “O Porto de Santana é excelente para a logística de ligação brasileira, principalmente com o Canal do Panamá. A produção poderá passar direto pelo Norte ao invés de subir para o Sul e Sudeste. Isso seria um facilitador para a economia de tempo e dinheiro na hora de exportar a produção do Centro-Oeste”.
Também existem empresários interessados em investir no setor. “Realmente é mais viável investir no Amapá do que em qualquer outro estado do Brasil. Temos um desafio que é vencer os portos do Pará, mas a logística que o Amapá tem superado a do estado vizinho”, declarou o presidente da Companhia Norte de Navegação e Portos (Cianport), Cláudio Zancanaro. A Cianport está construindo no porto de Santana uma estrutura para armazenamento de soja que virá do Matogrosso para ser exportada até a Europa e a Ásia.
Amapá também disputa com o Pará o privilégio de sediar a base de operações das petroleiras que pesquisam a existência de petróleo de qualidade comercial na costa do Amapá. O debate prossegue nesta terça-feira, 20.