Os jurados entenderam que mãe e filho são culpados pelo assassinato de um rapaz de 18 anos logo após uma briga que começou durante uma bebedeira. O caso ocorreu há seis anos no Bairro do Muca, Zona Leste de Macapá.
O júri iniciou na manhã desta quarta-feira, 20. Foi o 2ª julgamento de William e Benedita Maia, acusados de matar Geanderson Cordeiro Macedo, de 18 anos. A morte aconteceu no dia 24 de outubro de 2008, na Rua 17 de Julho, Bairro do Muca, Zona Sul de Macapá. No julgamento foram ouvidas 8 testemunhas, quatro de defesa e quatro de acusação. Os réus, que são mãe e filho, afirmam que o crime ocorreu em uma atitude de legitima defesa. William já havia sido condenado pelo crime em 2012, mas recorreu da sentença.
De acordo com os autos do processo, Benedita Maia estava bebendo com a vítima, mais conhecida como “Pompeu”, quando houve um desentendimento. Relatos de testemunhas afirmam que a briga começou quando Benedita usou o boné de Pompeu para enxugar partes íntimas. “Ela disse que tinha se enxugado com o chapéu dele, foi então que começaram a discutir. Eles bebiam com mais três pessoas, mas o Pompeu não se controlou e quebrou garrafas de cerveja nela. Ela saiu correndo e gritando que ia matar ele”, disse em depoimento a testemunha de acusação, Maridete Souza Teixeira.
As testemunhas confirmam que depois da briga no bar, Pompeu tentou intimidar Benedita. “Ela saiu correndo para a casa dela, mas ele foi lá e ainda jogou pedra na casa e tentou invadir. Nesse momento que o filho dela, o Willian, pegou um arpão que tinha em casa. Os golpes que ele deu atingiram o braço do Pompeu que foi embora”, explicou a testemunha de defesa, Noberta Pereira.
Segundo a vizinha de Pompeu, Luana Silva dos Santos, que presenciou o crime, a vítima estava na frente de casa sentada quando foi alvejada por dois tiros nas costas e morreu na hora. “Ele não estava fazendo nada, só ouvimos os tiros e o Willian correndo na ponte depois de ter atingido”.
Geanderson Cordeiro Macedo, de 18 anos, era mecânico e sempre bebia com Willian e Benedita. Na época, Willian trabalhava com lanternagem e sua mãe era cozinheira de um quiosque na orla da cidade. No último julgamento, ocorrido em 2012, Willian foi condenado pelo crime, mas recorreu. “Na verdade a dona Benedita foi vitima do Geanderson, que era um meliante que costumava pedir pedágio em ponte. O filho defendeu a mãe uma vez e depois tentou agredir Willian, que no momento estava armado e atirou para matá-lo em legitima defesa”, declarou o advogado de defesa dos réus, Mauricio Pereira.
Consta nas acusações, que tanto os réus quanto a vítima tinham envolvimento com o trafico de drogas do Muca. Versão sustentada por quatro testemunhas do acusação. No fim do julgamento, Willian foi condenado a 8 anos em regime semi-aberto e a mãe dele a 12 anos.