Policiais civis abandonaram as investigações por algumas horas nesta terça-feira, 6, numa paralisação de advertência. Eles se concentraram na Praça da Bandeira, no centro de Macapá, para reivindicar melhores condições de trabalho, qualificação profissional, reestruturação da carreira, e promoção de turmas de agentes civis. Os policiais exigem que o governo do Estado abra uma mesa de negociações com a categoria. Além de policiais e oficiais, servidores do setor administrativo também aderiram à paralisação.
A paralisação foi definida em uma assembleia geral da categoria que ocorreu no dia 25 de abril. Segundo o Sindicato de Policiais Civis do Estado do Amapá (Sinpol), os profissionais encarregados pela segurança pública estão desvalorizados e desrespeitados. “As negociações estavam fluindo com o governo, mas neste ano foram cortados todos os diálogos. Com esse ato queremos mostrar para a sociedade a importância do nosso trabalho. Nesse primeiro momento estamos solicitando ao governo que reabra a mesa de negociações”, explicou o presidente do sindicato, Elias Rodrigues.
A Polícia Civil é encarregada de fazer com que autores de infrações cheguem ao Poder Judiciário, além de realizar procedimentos de autos de prisão, detenção e flagrante. De acordo com a oficial Narcisa Ardaci Monteiro, a paralisação é apenas para mostrar a sociedade as dificuldades que a classe enfrenta hoje. “A Polícia C
ivil amapaense é a quinta melhor polícia do Brasil, mesmo assim enfrentamos péssimas condições de trabalho, não temos lei previdenciária e não contamos com plano de carreira”, declarou.
Para o delegado Cesar Ávila Sousa, a condições de trabalho na Polícia Civil do Amapá estão aquém do restante país, e isso traz transtornos para a sociedade. “Precisamos de investimento na estrutura das delegacias e novas unidades nos bairros mais distantes. Hoje o atendimento é precário. Precisamos de melhor estrutura nas instituições para que possamos responder de forma satisfatória à comunidade. Estamos pedindo um olhar especial do governo, porque muitas vezes quando deveríamos estar resolvendo casos, estamos resolvendo problemas estruturais da polícia”.