Ambientes insalubres, leitos insuficientes, equipes de médicos e enfermeiros reduzidas, além da falta de medicamentos, foram alguns dos problemas encontrados pela Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil dentro do Hospital Geral de Santana em vistoria. A cidade tem a segunda maior população do Amapá.
De acordo com a presidente da comissão, Roane de Sousa, o único equipamento de ultrassonografia do hospital foi cedido por um médico que empresta de sua clínica para ajudar no atendimento. “Mas isso não resolve o problema”, afirma a advogada, ressaltando que muitas mulheres são encaminhadas para a maternidade da capital em casos graves, já que o equipamento não é suficiente para atender todo mundo.
Dentre os hospitais visitados pela OAB, o de Santana é o único que tem um espaço extra que poderia ser aproveitado para instalação de novos leitos ou abertura de uma nova clínica. A comissão constatou que o espaço foi desativado por falta de equipamentos.
A administração do hospital informou à equipe da OAB que a falta de profissionais se deu porque as vagas oferecidas no último concurso público não foram preenchidas, e isso fez com que parte do hospital fosse desativada. Outro problema é o anexo do hospital que não foi finalizado. “O anexo está quase pronto e pode ajudar a melhorar o atendimento. Mas não adianta ter apenas o prédio, é preciso equipamentos, e isso não tem”, acrescentou a advogada Roane.
A deficiência no atendimento em Santana afoga o Hospital de Emergência de Macapá, que ainda recebe toda a demanda das unidades de saúde e hospitais de municípios próximos que não oferecem atendimento satisfatório, além dos pacientes das ilhas do Pará.
Na próxima terça-feira, 3 de junho, a OAB vai realizar uma audiência pública para discutir os problemas encontrados nas unidades de saúde de Macapá e Santana.