A queda de braço entre o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa está ganhando contornos de crise institucional. Os deputados dizem que irão votar nesta terça-feira, 20, na Assembleia Legislativa, um requerimento convocando a secretária de Estado da Inclusão e Mobilização Social (Sims), Cláudia Capiberibe, para dar explicações sobre a citação do nome dela em vídeos gravados pelo empresário Luciano Marba, dono da LMS. De acordo com informações da assessoria de comunicação da AL, “a secretária terá até trinta dias para atender ao chamado, mas não pode recusar a convocação, sob pena de incorrer em Crime de Responsabilidade”.
A primeira dama teria sido acusada formalmente por seu ex-assessor jurídico, Bruno da Costa Nascimento, de ser a principal articuladora do esquema de fraudes em licitações no Governo. Bruno atuou como assessor jurídico da Secretaria Estadual de Educação (Seed) e também na própria Sims. Na reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, exibido no dia 11 deste mês, Bruno aparece nas gravações do empresário Luciano Marba recebendo dinheiro em espécie para facilitar um certame licitatório milionário no GEA, estimado em R$ 48 milhões.
O orçamento da Assembleia em 2014 é de R$ 156 milhões. Entidades da sociedade civil estão recolhendo assinaturas na frente do prédio da Assembleia. O objetivo é usar a opinião pública para pressionar os parlamentares. A pressão política encabeçada pelo PSB (partido do governo) para a redução do orçamento é vista por alguns como um dos motivos para a ameaça dos parlamentares em convocar a primeira dama. O desgaste para governo por conta da mídia gerada seria grande.
No último sábado, 19, centenas de militantes do PSB, PSOL, PC do B, PT e Rede se reuniram para debater o assunto. Cláudia Capiberibe disse que virou alvo por ser a pessoa mais próxima ao governador. Disse que sempre esteve distante dos processos licitatórios e de contratação. “Minha escola de primeira-dama é a da deputada Janete Capiberibe, se em outro momento a figura da primeira-dama foi motivo de vergonha ao povo do Amapá, isso não ocorrerá comigo”, disparou.